Um antigo porteiro da Trump World Tower — um condomínio residencial perto da sede das Nações Unidas — diz ter conhecimento de um alegado caso entre Donald Trump e uma funcionária da limpeza, do qual terá resultado um filho. Dino Sajudin assinou em novembro de 2015 um contrato, ao qual a CNN teve acesso, com uma editora nova-iorquina (American Media Inc.), que o proibia de partilhar a história. Mas agora está livre de a contar. E foi o que fez.
O tipo de contrato que Dino Sajudin assinou é o chamado “‘catch-and-kill'”, uma prática muito habitual nos Estados Unidos em que alguém compra os direitos de uma história para impedir que esta se torne pública. Neste caso, quem comprou a história foi a American Media Inc. (AMI), dona do tabloide National Inquirer. Mas, esta sexta-feira, o advogado do antigo porteiro Sajudin, Marc Held, anunciou que o cliente já estava livre do contrato com a AMI, após ter falado com a empresa.
O contrato, de acordo com a cópia que a CNN revelou, não terá grandes detalhes, mas diz que a AMI tem exclusividade da história e que a fonte terá de “fornecer à AMI informações sobre o filho ilegítimo de Donald Trump”. O contrato estabelece ainda que “a AMI não deve à fonte nenhuma compensação se a AMI não publicar o exclusivo” e, na parte superior do documento, que Sajudin poderia receber 30 mil dólares (25,8 mil euros) pagos após a publicação da história.
Na terceira página, porém, mostra que um mês depois as partes fizeram uma adenda em que é estabelecido que Sajudin receberia 30 mil dólares cinco dias depois e que o “período de exclusividade” seria “prolongado perpetuamente”. É ainda escrito, na mesma adenda, que se Sajudin violasse o contrato teria de pagar um milhão de euros à AMI. Mas agora, segundo o advogado, terá sido libertado e o antigo porteiro esperar que “a verdade seja divulgada num futuro próximo”.
Já em abril Sajudin tinha dito à CNN que sabia que Trump tinha tido um filho com uma ex-funcionária. A AMI terá dito que a história não era credível e negou qualquer ligação entre a história e Trump e o seu antigo advogado Michael Cohen.
A Casa Branca não respondeu às questões da CNN.
Na última terça-feira, o antigo advogado de Trump, Michael Cohen, confessou-se culpado das acusações de fraude fiscal, declarações falsas a entidade bancárias e irregularidades no financiamento da campanha enquanto trablhava para Trump. Nessa confissão, Cohen declarou ter trabalhado com a AMI para pagar à ex-modelo da Playboy Karen McDougal num acordo de “catch and kill” — igual ao que o ex-porteiro diz ter assinado — com o objetivo de não divulgar a sua história com Trump. Trump negou tudo.