A autobiografia do realizador norte-americano David Lynch, o livro do escritor britânico Jon McGregor vencedor do Prémio Costa 2017, e novos romances de Ali Smith e Margaret Atwood marcam a ‘rentrée’ editorial da Elsinore. O livro “Espaço para sonhar” (“Room to dream”), autobiografia do realizador e artista visual norte-americano David Lynch, chega às livrarias portuguesas em outubro, coassinado pela jornalista Kristine McKenna, com cerca de 500 páginas e 30 fotografias, muitas delas inéditas, revelou a editora 2020, responsável pela chancela Elsinore.

Segundo a editora, este “é um livro fundamental que possibilita a oportunidade única de se ter acesso total à vida e mente de um dos artistas mais enigmáticos e profundamente originais do nosso tempo”. As reflexões de Lynch, “poéticas, íntimas e francas, ecoam nas secções biográficas escritas por Kristine McKenna, sua colaboradora próxima, baseadas em mais de uma centena de entrevistas inéditas com familiares e pessoas mais próximas do autor, incluindo ex-mulheres surpreendentemente diretas, atores, agentes, músicos e colegas em áreas variadas, cada um revelando a sua própria versão dos acontecimentos”, adianta a editora.

Entre as novidades da Elsinore para o mês de outubro, conta-se também “Reservatório 13”, de Jon McGregor, que venceu o prémio literário Costa 2017, depois de ter sido finalista do prémio Man Booker, e que vai ser publicado pela primeira vez em Portugal. Ainda no mesmo mês, chega às livrarias “A Odisseia de Penélope”, de Margaret Atwood, a autora de “A história de uma serva” (“The handmaid’s tale”) e vencedora do Man Booker com “O assassino cego”.

Nesta obra, a autora reconta a “Odisseia”, centrando-se na personagem Penélope, que agora, há muito morta e esquecida pelo mundo, vagueia pelos infernos e pode finalmente contar a sua própria versão: “um relato subversivo e divertido sobre luxúria, ganância e violência, onde ninguém é poupado”. O segundo volume da tetralogia de Ali Smith iniciada com “Outono” (finalista do Prémio Man Booker 2017) chega também pela mesma altura às livrarias portuguesas.

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“Inverno”, descrito pela crítica internacional como sendo uma prova de mestria literária, e já finalista dos British Book Awards, centra-se num jantar de Natal que reúne numa grande casa de campo uma mulher de 70 anos — Sophia – com início de demência, o seu filho, a braços com a rutura de uma relação amorosa, uma emigrante croata que este contratou para a substituir, e a irmã de Sophia, com quem não fala há décadas.

No final de agosto chega às livrarias “21 lições para o século XXI”, um olhar sobre os grandes desafios da atualidade pelo historiador Yuval Noah Harari, depois de “Sapiens”, que se debruçou pelo passado, e “Homo Deus”, virado para o futuro. Em setembro, a Elsinore publica “Dor”, “uma viagem catártica através do sofrimento”, de Zeruya Shalev, escritora israelita que, a par de Amos Oz e David Grossman, é uma das mais lidas no mundo, segundo a editora.

“Tudo aquilo que não lembro”, uma viagem emocional que parte de uma morte resultante de um acidente de viação, da autoria do sueco Jona Hassen Khemir, e “Tudo o que um homem é”, de David Szalay, que segue nove homens em fases diferentes da vida a tentarem compreender o que significa exatamente estar vivo, aqui e agora, são outras novidades da Elsinore.

“Fica comigo”, do nigeriano Ayobami Adebayo, “O elmo do horror”, do escritor russo Victor Pelevin, “Tudo aquilo que encontrei na praia”, de Cynan Jones – de quem a editora já publicou “A cova” e “A baía” -, e o ensaio “Histórias de livros perdidos”, de Giorgio van Straten, fecham a lista de novidades da Elsinore até final do ano.

Na chancela Cavalo de Ferro será publicado, já no próximo mês, “Raposa”, da escritora Dubravka Ugresic, que transporta o leitor numa viagem da Rússia até ao Japão, dos campos de minas dos Balcãs, às ‘road trips’ norte-americanas, e dos anos 1920 até aos dias de hoje.

Em outubro, sai o livro “Rua Katalin”, da escritora húngara Magda Szabó, de quem a Cavalo de Ferro já publicou “A porta”, uma obra com fundo histórico, sobre os acontecimentos traumáticos que marcaram parte da História da Hungria e da Europa no século XX. Para outubro está prevista ainda a publicação do último volume da trilogia autobiográfica do Nobel da Literatura Elias Canetti, “O jogo de olhares: História de vida 1931-1937”.

“Os peixes não têm pés”, uma saga familiar de três gerações, que acompanha a história da Islândia do século XX, livro do multipremiado autor islandês Jón Kalman Stefánsson, finalista do Prémio Man Booker Internacional 2017, e “Memórias de um morto”, escrito por Hjalmar Bergman e traduzido por João Reis, são as outras novidades da Cavalo de Ferro até ao final do ano.