O árbitro de ténis Carlos Ramos vai regressar esta sexta-feira ao court para arbitrar um jogo da Taça Davis entre os Estados Unidos e a Croácia, na cidade croata de Zadar. É o primeiro jogo do árbitro português depois da polémica com a tenista Serena Williams na final do US Open, no último sábado.

Segundo o diário britânico The Telegraph, Carlos Ramos foi fotografado esta quinta-feira a conversar com a presidente da Associação de Ténis dos EUA, Katrina Adams, uma das primeiras vozes a defender a atleta norte-americana que insultou o árbitro, chamando-lhe “ladrão”, depois de ter recebido uma penalização que disse ter sido aplicada apenas por ser mulher.

Adams terá abordado o árbitro português para lhe pedir desculpa, de acordo com relatos de jornalistas citados pelo jornal britânico. Na altura, após a final do US Open, Katrina Adams disse numa entrevista à ESPN que “não há igualdade” nas decisões dos árbitros de ténis.

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Porém, as estatísticas contradizem essa afirmação. Números apresentados pelo The Telegraph mostram que no US Open foram assinaladas 86 advertências a homens e apenas 22 a mulheres. Olhando para os últimos 20 anos da competição, mantém-se a discrepância: 1.524 advertências assinaladas a homens contra 526 a mulheres.

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As diferenças também são significativas entre os vários tipos de advertências assinaladas. Por exemplo, no que diz respeito às advertências por partir a raquete, mais de 86% são assinaladas a homens. Também no que toca aos abusos verbais, 80% são assinaladas a homens.

Na advertência por coaching (quando o treinador interfere no jogo dando indicações para dentro do court), porém, são as mulheres que dominam: quase o dobro das advertências por este motivo são feitas a mulheres face às que são registadas com homens.

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Na final do US Open, no último sábado, a tenista Serena Williams foi advertida por Carlos Ramos por coaching. Em fúria, partiu a raquete e dirigiu-se ao árbitro para o insultar, chamando-lhe ladrão e alegando que apenas lhe tirou o ponto por ela ser mulher. As três advertências valeram-lhe um jogo de penalidade.

A tenista japonesa Naomi Osaka acabou por vencer a final por 2 sets a 0 (parciais de 6-2 e 6-4).