Os taxistas mantêm-se hoje pelo quinto dia em protesto e prometem continuar até que a lei das plataformas de transporte seja suspensa, prevendo abandonar os locais onde estão parados apenas na segunda-feira para uma vigília na Praça do Comércio.
“Esta lei não interessa e nós não vamos permitir que a indústria [dos táxis] fique nesta situação”, disse à Lusa Florêncio Almeida, dirigente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros de Passageiros (ANTRAL), especificando que só querem “derrubar” a lei, bastando para isso a sua suspensão.
“Não é a revogação, antes derrubá-la. Basta suspendê-la, até que se arranje uma solução para este problema”, acrescentou.
Inicialmente, os representantes dos taxistas exigiam que os partidos fizessem, junto do Tribunal Constitucional, um pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade do diploma, uma exigência que não foi acolhida pelos grupos parlamentares.
Na sexta-feira, o processo teve um desenvolvimento, com o PCP a pedir a revogação da lei, uma decisão que os taxistas consideram estar no “caminho correto”, mas que ainda não é suficiente.
No quinto dia de protesto contra a entrada em vigor da lei que regula as plataformas eletrónicas de transporte de passageiros, 2.500 taxistas continuam parados em Lisboa, Porto e Faro, disse Florêncio Almeida.
No sábado, José Domingos, membro da direção da ANTRAL, disse à Lusa ter informação de que alguns taxistas das zonas de Coimbra, Aveiro e Viseu se iriam juntar hoje ao protesto nas cidades onde decorre a paralisação.
Esta informação foi hoje corroborada por Florêncio Almeida, que afirmou: “Vêm juntar-se a nós, como sinal de solidariedade. Estão a caminho alguns táxis”.
Firmes na paralisação junto aos táxis, que em Lisboa estão estacionados desde os Restauradores até ao Campo Pequeno, os taxistas só admitem abandonar os seus postos, na segunda-feira, às 15:00, para uma vigília na Praça do Comércio, junto à residência oficial provisória do primeiro-ministro (enquanto decorrem obras em São Bento).
“Entendemos que só o primeiro-ministro pode desbloquear esta situação. Nós não queremos ser recebidos pelo ministro ou pelo secretário de Estado, não nos merecem qualquer credibilidade”, afirmou Florêncio Almeida.