Uma praia em Inskip Point, uma península no estado australiano de Queensland, foi engolida pelo mar por um buraco três vezes maior que o comprimento do campo de um futebol esta segunda-feira. Esta é a terceira vez desde 2011 que uma parte do areal desta península é engolida por um buraco: numa delas, foram arrastados para o mar um carro, uma caravana e algumas tendas. Desta vez, segundo avançado pelas autoridades, não há registos de feridos nem de danos materiais. Mas é proibido aceder à península neste momento.
De acordo com a BBC, o buraco tinha 300 metros de largura e 7,5 metros de profundidade. A praia fica a norte da cidade de Rainbow Beach, onde o mesmo aconteceu em 2015. O Departamento de Ambiente e Ciência de Queensland diz que “esta erosão deve ser tido causada pelo enfraquecimento de parte da costa pelo fluxo de maré, ondas e correntes”. A este fenómeno os cientistas chamam deslizamento de terras junto à costa. Há três anos, o buraco com 200 metros abriu-se porque a água subterrânea torna ácida-se e dissolveu a rocha calcária depositada debaixo do oceano. Tudo o que estava por cima desapareceu.
Os fenómenos de erosão são mais comuns em regiões com pouca vegetação, porque as rochas não ficam protegidas pelas raízes das árvores. As rochas sedimentares são particularmente vulneráveis à ação da água, vento ou de fatores químicos. A areia é uma rocha sedimentar e, sendo assim, a abertura deste tipo de buracos é normal porque os terrenos são mais instáveis. Ao ABC australiano, o engenheiro geotécnico Allison Golsby disse que, se fenómenos como estes continuarem a acontecer, é possível que a península de Inskip Point desapareça de vez. À conta disso, o parque de campismo mudou de sítio para um local mais afastado da linha costeira. E as autoridades estabeleceram zonas de acesso reservado ao longo da península.
Mas a zona que colapsou não constava na listas de zonas restritas: havia pessoas a passear por ali no domingo à tarde, segundo o relato de um comandante de barco ao Sputnik News. Segundo ele, “era possível ver o buraco a formar-se” porque “a água estava muito agitada e destruía a praia”: às cinco da manhã, a água continuava a bater nas dunas e nos bancos de areia que estavam “fortemente erodidos”. A praia deve ter colapsado pouco depois.