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O japonês que gosta de sardinhas e das praias de Portimão tornou-se um caso sério da Liga portuguesa

Este artigo tem mais de 5 anos

Fez dez golos na época de estreia e somou o segundo bis da temporada com o Sporting. Quem é Shoya Nakajima, destaque da Liga com uma vida pacata que gosta de sardinhas e das praias de Portimão.

Shoya Nakajima foi um verdadeiro terror para Ristovski no dia em que nada saiu bem ao jovem Jovane Cabral
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Shoya Nakajima foi um verdadeiro terror para Ristovski no dia em que nada saiu bem ao jovem Jovane Cabral

André Vidigal

Shoya Nakajima foi um verdadeiro terror para Ristovski no dia em que nada saiu bem ao jovem Jovane Cabral

André Vidigal

Todos os jogadores de futebol têm alguns hábitos sagrados antes, durante e depois dos jogos. O entrar com o pé direito em campo, o benzer-se à entrada das quatro linhas, o usar determinado acessório porque uma vez correu bem, o calçar primeiro uma bota, o festejar de uma forma específica do golo. Shoya Nakajima, o japonês de 24 anos que continua a fazer do Portimonense um clube “grande” na arte de jogar bom futebol mas que o transforma numa equipa já “pequena” para o talento que demonstra, até pode manter uma, duas ou todas as rotinas supracitadas, mas tem uma outra que ficou bem visível no lance do segundo golo dos algarvios frente ao Sporting: ao contrário do que é normal, gosta de jogar com os atacadores mais largos. E foi assim, com os pezinhos de lã do costume, que dizimou por completo os leões no triunfo por 4-2.

A exibição já estava a encher o olho, mas foi aos 30′ que teve o primeiro resultado prático: saída rápida conduzida por Lucas Fernandes (mais um médio de grande qualidade técnica, que chegou a Portimão por empréstimo do São Paulo), passe para Wilson Manafá – médio/avançado polivalente que os leões descobriram no Oliveira do Bairro, que fez parte da formação na Academia e que alinhou esta noite como lateral esquerdo –, assistência de Shoya Nakajima nas costas da defesa leonina e 1-0. Pouco depois, na melhor jogada do encontro, foi o próprio japonês a marcar na sequência de um lance onde desequilibrou a transição defensiva verde e branca com um toque de calcanhar para Paulinho antes da assistência de Manafá (44′). Mas não ficou por aqui e, na segunda parte, marcou ainda o 3-1 aos 82′ com um remate colocado de fora da área sem hipóteses para Renan Ribeiro e assistiu João Carlos para o 4-2 final já alcançado em período de descontos.

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[clique nas imagens para ver os quatro golos do Portimonense frente ao Sporting]

Depois de um início de época menos conseguido tal como a equipa orientada por António Folha, Nakajima destacou-se na receção ao V. Guimarães com um bis no triunfo por 3-2, voltando agora a marcar mais dois golos na segunda vitória dos algarvios, que ocupavam o último lugar na classificação, no Campeonato. Pelo meio, durante a paragem, Nakajima voltou a ser chamado à seleção, alinhando 75 minutos no particular do Japão frente à Costa Rica (3-0).

Nascido em Hachioji, o avançado fez toda a formação no Tokyo Verdy e acabou por vincular-se ao FC Tokyo, que o emprestou ao Kataller Toyama. Em 2017, já depois de ter participado no Mundial Sub-17 de 2011 (dois jogos e um golo, diante do Brasil), no Campeonato Sub-23 da Ásia (onde se sagrou campeão e recebeu o prémio de melhor jogador do torneio) e nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 (três jogos e um golo, com a Colômbia), assinou pelo Portimonense. Inicialmente emprestado, foi adquirido por um valor desconhecido depois dos 33 encontros e dez golos no Campeonato, deixando ainda assim uma mensagem de agradecimento ao antigo clube: “Não consegui alcançar o objetivo de conquistar um título pela equipa, mas estou muito agradecido por ter jogado no FC Tokyo. Aprendi muito e consegui crescer”.

Avançado internacional japonês marcou dez golos em 29 jogos no Campeonato em 2017/18, época de estreia em Portugal

Com uma cláusula de rescisão que subiu dos dez para os 20 milhões de euros em janeiro, Nakajima foi apontado aos “grandes” do futebol português mas o valor exigido pela administração da SAD do Portimonense acabou por abortar um possível negócio. No início do ano, Rodiney Sampaio, líder da sociedade algarvia, admitiu ter recusado uma proposta de oito milhões de euros sem especificar o clube em causa; no Verão, salientou não ter recebido qualquer oferta do FC Porto, ao contrário do que chegou a ser veiculado na imprensa também no âmbito de um possível regresso de Paulinho a Portimão. No entanto, o próprio jogador já tinha confidenciado que a ideia de alinhar nos dragões, até pelo estilo de jogo, era algo do seu agrado.

Como 164cm e 50 e poucos quilos de talento vergaram o Sporting em Portimão. Eis Nakajima, o japonês que queria jogar no FC Porto

“Gosto de estar com a minha esposa, que viajou comigo para Portugal e muito tem contribuído para que me sinta bem, pois constitui um pilar essencial da minha vida e um apoio importante. Não sou de sair muito, tenho hábitos caseiros. Vejo um filme ou algo do género. Além disso, o descanso é fundamental no dia a dia de um profissional de futebol. Sim, e também trouxe o nosso cão, o Simogi. Fiz questão que ele viesse dentro dessa perspetiva de criar um ambiente familiar, em que me sentisse verdadeiramente… em casa, pois isso contribui, em larga medida, para que me sinta bem e possa andar feliz, rendendo nos treinos e nos jogos”, contou numa entrevista ao Record em novembro de 2017, onde destacou também ter provado e gostado de sardinhas e de bacalhau. Antes, ao jornal O Jogo, o nipónico já tinha destacado a beleza da cidade, das praias e também a dimensão de um clube “em pleno crescimento, com uma ótima estrutura e um ambiente de trabalho excelentes”.

Nakajima assistiu Wilson Manafá no primeiro golo, marcou o segundo e o terceiro e assistiu João Carlos para o 4-2 final com o Sporting

A questão da língua não foi propriamente fácil no início mas, depois da ajuda do companheiro de equipa Theo Ryuki, jogador que passou pela formação do FC Porto e que tem dupla nacionalidade brasileira e japonesa, Nakajima conta agora com um tradutor de luxo: Márcio Masato Abematsu, filho de pais nipónicos nascido no Brasil que voltou depois ao Japão e é agora roupeiro do Portimonense. “É fácil traduzir o que ele diz mas para mim é uma novidade, pois desta vez estou a traduzir japonês para português. O Shoya é muito famoso no Japão, é o número 10 da seleção. Ele é top!”, contou ao jornal A Bola.

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