O Rastreio Nacional da Voz Artística vai realizar-se, a partir de quinta-feira, no Porto, com o objetivo de “sensibilizar os artistas para os cuidados e importância da voz”, revelou o vice-presidente da GDA – Gestão dos Direitos dos Artistas. Em declarações à Lusa, Luís Sampaio explicou que o rastreio, que passa nos dias 18, 19 e 20 de outubro pela Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados da Carvalhosa, no Porto, apesar de ser “dirigido à comunidade artística” é também “aberto a toda a população e aos restantes profissionais que usam a voz como instrumento de trabalho”.
“A voz é o instrumento principal para muitos de nós, portanto, este rastreio é também importante para uma parte significativa da nossa população. Por isso, pareceu-nos útil aderi-lo à comunidade e daí, ser um dia aberto também à população em geral”, salientou.
Com o propósito de dar a “possibilidade aos artistas de terem acesso aos cuidados de saúde específicos e diferenciados”, o rastreio, que conta com o apoio do Ministério da Saúde e da Unidade de Voz do Hospital Egas Moniz – Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, permite “detetar precocemente doenças do aparelho vocal”, assim como “encaminhar os profissionais para especialistas que os ajudem a proteger a voz”.
“Infelizmente, não temos muito cuidado com a voz porque também não estamos atentos aos cuidados que devemos de ter, e este rastreio tem também esse objetivo, chamar à atenção e sensibilizar para a sua importância”, frisou. Para Luís Sampaio, o rastreio é “igualmente importante para fumadores”, visto que permite fazer “a deteção atempada” e possibilita uma “intervenção com sucesso” de problemas, como o cancro da laringe.
“Já tivemos casos neste rasteiro que tiveram a triste notícia de que tinham cancro, contudo, acaba por ser uma boa noticia, porque se não tivessem feito o rastreio, este problema poderia vir a ser fatal”, contou. O Rastreio Nacional da Voz Artística começou a realizar-se em 16 de abril de 2017 e, desde então, já passou pelas unidades de saúde primários do distrito de Vila Real, Bragança, Beja, Portalegre, Faro, Évora, Setúbal, Santarém, Leiria e Viana do Castelo, tendo deixado, segundo o vice-presidente da GDA, “um rasto de sensibilização junto dos profissionais e responsáveis de saúde”.
“Em média, pelos distritos que passamos, conseguimos fazer 70 exames e tivemos diferentes tipos de resultados, desde artistas que ficaram a conhecer melhor o seu aparelho vocal, a pessoas que detetaram anomalias, mas que conseguiram corrigir atempadamente os problemas que tinham. Por isso, é fundamental promovermos a cultura da voz, visto que é uma marca única e que é aquilo que nos distingue e faz parte da nossa personalidade”, acrescentou Luís Sampaio.