A moeda angolana valorizou-se pela primeira vez este ano frente à moeda europeia, depois de ter ultrapassado a barreira dos 350 kwanzas/euro, situando-se nos 349,609 kwanzas/euro, depreciando-se face ao dólar, indica esta quinta-feira uma nota do banco central de Angola.

Segundo o comunicado, a taxa de câmbio foi apurada na quarta-feira depois da 59.ª sessão de venda de divisas em leilão aos bancos comerciais, em que disponibilizou e colocou na totalidade 30 milhões de euros, divididos por 14 bancos comerciais, tal como aconteceu na sessão anterior.

Depois de, na sessão anterior, realizada na segunda-feira, ter atingido os 350,019 kwanzas/euro, a moeda angolana recuperou ligeiramente face à europeia, mas mantém uma depreciação de 46,96% frente ao euro que, no início do ano, se situava nos 185 kwanzas/euro.

No início deste mês, o BNA anunciou que, em outubro, vai colocar no mercado primário 650 milhões de dólares (552,5 milhões de euros) em divisas distribuídas por 14 sessões, tendo, desde dia 1, disponibilizado 630 milhões de euros, colocando no mercado primário 497,067 milhões de euros (78,89%).

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Segundo o banco central angolano, o montante é colocado por via de leilões de preços, na venda de divisas, e da quantidade, no caso dos plafonds para cartas de crédito. Após a 11.ª sessão de outubro, as restantes três vão ocorrer nos dias 26, 29 e 31.

Em setembro, o BNA anunciou que, a partir de 1 deste mês, deixaria de proceder à venda direta de divisas, pelo que as solicitações de compra de moeda estrangeira voltaram a ser unicamente apresentadas aos bancos comerciais autorizados.

Na ocasião, o BNA referiu ter, no âmbito da normalização do funcionamento do mercado cambial, retomado a venda de moeda estrangeira nos leilões de divisas sem indicação específica das operações ou importadores para os quais os fundos devem ser vendidos pelos bancos comerciais.

Segundo o BNA, o sistema ajustado de vendas diretas permitiu que o banco central angolano tivesse um entendimento mais preciso da metodologia necessária para a proteção das reservas internacionais e emitisse regulamentação e orientações aos bancos comerciais adaptados a esse objetivo.

Com esse sistema, o BNA assegurou ainda a alocação imparcial das divisas no pagamento dos atrasados e a atenuação das perceções negativas dos clientes sobre os critérios de seleção dos beneficiários aplicados pelos bancos comerciais.

O BNA entende agora que, após o período de maior intervenção, com o mercado cambial atualmente mais bem regulamentado e com maior regularidade na oferta de moeda estrangeira, estavam criadas as condições para que sejam novamente os bancos comerciais a realizarem a alocação de moeda estrangeira aos seus clientes.

No exercício das suas responsabilidades de supervisor e de autoridade cambial, o BNA comprometeu-se a trabalhar junto das instituições financeiras, para que esta transição seja bem-sucedida e ocorra sem quaisquer impactos negativos na atividade económica do país.