Equipas de minas e armadilhas e unidades caninas do FBI passaram a pente fino um centro de distribuição postal no estado da Flórida, por onde terão passado pelo menos algumas das 10 bombas artesanais que foram enviadas esta semana a críticos da presidência de Donald Trump. As autoridades acreditam que as bombas, algumas delas, pelo menos, vieram daquele estado e as pistas recolhidas dão “confiança de que a pessoa ou pessoas [responsáveis] serão levadas à justiça”.
Kirstjen Nielsen, secretária de Estado responsável pela segurança nacional, deu uma entrevista à Fox News, ao final do dia de quinta-feira, onde referiu que “alguns dos pacotes passaram pelo sistema de correios. E tiveram origem, pelo menos alguns, na Flórida”. A responsável não adiantou se a investigação a este centro de distribuição, em Opa-Locka, a noroeste de Miami, resultou em mais pistas fortes sobre a autoria do crime.
Apesar de não ter havido qualquer detonação, os investigadores estão a tratar os pacotes como explosivos verdadeiros, e não como uma espécie de partida de mau gosto. Uma fonte das autoridades policiais norte-americanas disse à Reuters que a construção das bombas terá sido inspirada em tutoriais que existem na Internet. Ainda assim, vários especialistas nesta área têm comentado que a forma como as bombas foram feitas leva a crer que, mais do que causar explosões, os pacotes tinham como objetivo causar o medo, sendo dirigidas a membros do partido democrata — como o casal Clinton e Obama — e a críticos de Donald Trump, incluindo o ator Robert DeNiro.
No total, terão sido enviados 10 pacotes, mas as autoridades não excluem a possibilidade de terem sido (ou virem a ser) enviados mais. Um 11º pacote suspeito, recebido numa estação de rádio em Washington, acabou por revelar-se falso alarme.