As pessoas com riqueza avaliada em mais de mil milhões de euros aumentaram as respetivas fortunas em 20% em 2017, a maior valorização desde que há registos, segundo um relatório anual divulgado esta sexta-feira pelo banco suíço UBS e pela consultora PwC.
Segundo o relatório UBS Billionaires Report 2018, a riqueza acumulada pelos “super-ricos” aumentou ao longo do ano em 1,4 biliões de dólares, o equivalente a sete vezes o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal. Os 2.158 multi-milionários contabilizados acumulam, assim, uma riqueza total estimada em 8,9 biliões de dólares, ou 7,8 biliões de euros.
A valorização dos mercados acionistas em 2017 é a principal explicação para que estas pessoas tenham tido “o maior aumento absoluto da riqueza alguma vez registado”. O número de milionários nos EUA aumentou, seguindo a trajetória dos últimos anos, mas onde o ritmo de criação de “super-ricos” é maior é na China e na região Asiá-Pacífico.
Um ponto crucial salientado pelo estudo é que 44 dos 179 novos multi-milionários que surgiram no ano passado tornaram-se “super-ricos” através da herança. “Já teve início uma enorme transferência de riqueza”, comenta o UBS, explicando que “nos últimos cinco anos, o valor passado por multi-milionários que morreram aos seus beneficiários cresceu numa média de 17% a cada ano, atingindo 117 mil milhões em 2017”.
Esta é uma tendência que vai continuar e “as contas são fáceis de fazer”, diz o UBS. “Há 701 multi-milionários com idade superior a 70 anos, cuja fortuna vai ser transmitida aos seus herdeiros e a filantropia nos próximos 20 anos, dada a esperança média de vida” e, acrescenta o banco suíço, este grupo de septuagenários acumula mais de um bilião de dólares de fortuna.