O ministro Adjunto e da Economia não tem dúvidas. “Portugal sabe organizar grandes eventos”, considera. Pedro Siza Vieira falava aos jornalistas, este domingo, em vésperas do arranque da Web Summit, considerada uma das maiores cimeiras de tecnologia, em Lisboa, à margem da visita à war room (sala de guerra) da Altice Portugal na FIL.
“Portugal sabe organizar grandes eventos, eles colocam grandes exigências às organizações: do ponto de vista dos transportes, do alojamento, da segurança, das comunicações”, afirmou o governante.
“Portugal sabe, de facto, organizar estes grandes eventos e cada vez que organizamos um destes capacitamo-nos mais, aprendemos e conseguimos fazer melhor e isso também é uma ambição adicional que cada edição da Web Summit coloca em cada um nós: fazer melhor, fazer maior das próximas vezes”, acrescentou Pedro Siza Vieira.
“A expectativa é que o impacto seja superior, no ano passado tivemos cerca de 60 mil participantes, este ano vão ser 70 mil participantes”, sublinhou o ministro, recordando que os estudos realizados apontam para “um impacto sobre a economia portuguesa positivo de cerca de 300 milhões de euros, com impactos muito positivos ao nível das receitas fiscais”.
O governante sublinhou que a Web Summit, que arranca esta semana, “é uma grande oportunidade” de mostrar ao mundo Portugal “como um país inovador, que é capaz de acolher eventos com esta dimensão e, sobretudo, com esta exigência também ao nível tecnológico”.
“Hoje quisemos mostrar o que é que está a ser preparado em termos de assegurar que 70.000 pessoas, que são os mais exigentes consumidores de tecnologia de conectividade ao nível mundial, gerando um tráfego provavelmente com este nível de concentração que não se encontra noutras partes do mundo, vão ser capazes de experimentar a ligação perfeita em qualquer altura do evento. Isso é também muito significativo porque isso mostra a capacidade de fazer que os portugueses têm e querem mostrar ao mundo”, apontou o ministro Adjunto e da Economia.
“Acho que é significativo que tenhamos podido encontrar a capacidade de mostrar que a capacidade de organização dos portugueses pode acomodar também uma ambição que a Web Summit tem de se tornar ainda mais relevante do ponto de vista internacional, atrair mais participantes e ser capaz de se constituir um evento de referência no mundo das telecomunicações, no mundo da Internet e da nova economia digital”, concluiu.
Questionado sobre a greve do metro durante o evento, Pedro Siza Vieira escusou-se a fazer comentários.
Por sua vez, o presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, recordou que a preparação da operadora de telecomunicações, parceira tecnológica da Web Summit, começou há mais de três meses e envolveu 160 profissionais em permanência.
“Aqui, naquilo que nós designamos de war room, sala de guerra, que está aqui presente na FIL, mas também na réplica em Picoas”, vão implicar “cerca de 100 profissionais que vão estar a trabalhar 24 horas por dia durante estes quatro dias” – desde segunda-feira a quinta-feira, acrescentou o gestor.
Estes profissionais intervêm desde a rede fixa de fibra ótica, como rede móvel, que foi reforçada, como ‘wifi’.
Alexandre Fonseca sublinhou a complexidade e o grau de exigência recordando que no ano passado, nos três dias do evento, houve 50 mil dispositivos ligados em simultâneo, ou seja, mais de 150 mil conexões no total, sendo que foi transacionado na rede ‘wifi’ 45 terabytes, mais sete terabytes nas redes móveis.
“Em 2017 dois milhões e 100 mil sessões do ‘wifi’ foram estabelecidas em três dias”, afirmou Alexandre Fonseca, reiterando que a Web Summit tem a “maior densidade de conexões ‘wifi’ a nível global”.
Sobre se a continuação da Altice Portugal por mais 10 anos como parceira da Web Summit, já que a cimeira vai ficar mais 10 anos em Portugal, Alexandre Fonseca começou por fazer um balanço positivo da parceria nestes três anos, afirmando: “Estamos convictos que vai ser um sucesso como também sido anteriormente”.
“Estamos disponíveis para colaborar com o Governo” no que respeita à cimeira tecnológica e “manifestamos desde já a nossa total disponibilidade para continuarmos a trazer aqueles que são os nossos profissionais e as nossas redes ao serviço da Web Summit e ao serviço do país”, salientou Alexandre Fonseca, destacando que este é um “evento fundamental para o posicionamento de Portugal e desenvolvimento” da economia.
Este ano a Altice vai apresentar no evento a rede 5G, em parceria com a Ericsson e Huawei.
Relativamente à cibersegurança, o gestor disse que essa é uma das áreas em que a operadora está focada durante o evento e que conta com “equipas de engenharia de segurança nas Picoas”, mas também, para prevenir qualquer tipo de situação, vai ter “pivôs descaracterizados que vão andar no chão da feira a tentar encontrar situações de utilização anormal das redes que estão disponíveis”.