Aos 57 anos, a viúva de Pablo Escobar publica um livro de memórias onde conta que o marido escolhia as amantes a dedo, de forma a proteger-se, e como os inimigos do famoso traficante gastaram 220 milhões de dólares para assassiná-lo. O livro “Mi Vida y Mi Carcel con Pablo Escobar” (“A minha vida e a minha prisão com Pablo Escobar” em português) oferece novos detalhes sobre a vida do barão da droga, que haveria de falecer a 2 de dezembro de 1993, depois de a Polícia Nacional Colombiana ter descoberto o seu esconderijo em Medellín, na Colômbia.

Victoria Eugenia Henao casou com Pablo Escobar quando tinha apenas 15 anos e manteve-se em silêncio até hoje, 25 anos após a morte do marido e pai dos seus dois filhos. É ela a autora do novo livro onde, segundo o jornal espanhol El Mundo, existe uma tentativa de justificar a sua vida ao lado de Pablo Escobar, ao culpar sobretudo a juventude dos primeiros tempos de casamento e a falta de conhecimento sobre o negócio do então marido. “De um momento para o outro observei o crescimento da fortuna do meu marido e que as dificuldades eram coisa do passado. No primeiro trimestre de 1978 comprou (…) uma vivenda com piscina, vários quartos, uma garagem e um grande salão com vitrais gigantes”, recorda no livro, citada pelo El Mundo.

A par destes desabafos estão outros testemunhos: entre as amantes de Pablo Escobar estavam funcionárias em posições-chave que o podiam ajudar a fugir às autoridades. Tratava-se de um “grupo pequeno de senhoras que, além do romance, eram muito úteis para o seu negócio e proteção”. Ocupavam posições nas entidades estatais que perseguiam Escobar, ele que chegou a ser amante da secretária de um dos ministros da Defesa. Tais relações permitiam ao famoso traficante conhecer atempadamente detalhes de operações contra ele. “O meu marido tinha mulheres informadoras em muitos sítios, como no F-2 [exército], no serviço de inteligência da polícia, na Interpol e no DAS (Departamento Administrativo de Segurança).”

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Outra das revelações feitas por Victoria Henao tem por base um grupo de vigilantes conhecido por Los Pepes (“Los Perseguidos por Pablo Escobar”, o que em português significa “Os Perseguidos por Pablo Escobar”) que terão pago 220 milhões de dólares (cerca de 193 milhões de euros) pela cabeça do traficante de droga colombiano. O grupo consistia nos cartéis rivais Cali e Norte del Valle, bem como em grupos paramilitares de direita liderados por Carlos Castano, escreve o Mail Online.

O livro também disponibiliza detalhes de momentos familiares dramáticos, como o episódio em que Henao e os dois filhos, Sebastián Marroquín e Manuela Escobar, foram impedidos de entrar na Alemanha e forçados a voar de regresso à Colômbia.