Um inquérito, em segredo de justiça, relativo ao furto dos paióis em Tancos está a investigar “suspeitas da prática dos crimes de associação criminosa, tráfico de armas internacional e terrorismo internacional”, escreve esta quarta-feira o jornal Diário de Notícias. A investigação levada a cabo pelo Ministério Público, tendo em conta suspeitas de criminalidade organizada, contraria as declarações prestadas pelo primeiro-ministro na passada segunda-feira.

Em resposta a uma pergunta colocada durante a sessão pública relativa aos três anos de Governo, António Costa declarou: “(…) Logo no dia a seguir à constatação do furto, as autoridades nacionais e, em particular, a secretaria-geral do Sistema de Segurança Interna, reuniram a Unidade de Coordenação Antiterrorista que identificou que o furto nada tinha que ver com qualquer ligação a criminalidade organizada, muito menos a atividade de terrorismo”.

Tancos. Ministério Público junta num único processo o roubo e o aparecimento das armas

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Esta terça-feira era notícia que, por decisão da ex-procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, o processo do furto de Tancos foi atribuído ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em coadjuvação com a PJ e a colaboração da PJ Militar, “dada a natureza e gravidade” dos crimes, tal como escreveu então a Lusa.

Em resposta ao DN, o gabinete de António Costa remeteu a declaração prestada para “citações de declarações públicas da secretária-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), autoridade em quem confia na informação que lhe é dada”.

O caso de Tancos já provocou a saída do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, e do chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisto Duarte, e algum incómodo nas relações entre a PJ e a PJM.