A contestação dos automobilistas em França contra o Governo, que se concentrou de início no incremento dos preços dos combustíveis fósseis, sobretudo a gasolina e o gasóleo, alargou-se rapidamente aos radares que controlam a velocidade dos veículos. As denominadas manifestações dos coletes amarelos são responsáveis pela destruição, pelo fogo ou à pancada, de 130 equipamentos de controlo de velocidade apenas nos últimos 15 dias, elevando para 600 o número de unidades que estão fora de serviço, muitas delas de forma irrecuperável.

Os apelos à “neutralização” dos radares, e consequentes atribuições de multas, foram lançados através das redes sociais, visando “impedir o Estado de recolher receitas desta forma”, o que levou a que nos últimos meses mais de 600 destes equipamentos fossem colocados fora de serviço, segundo o radars-auto.com, a maioria através do fogo.

O ataque aos radares agravou-se nos últimos dias, quando mais 130 radares foram destruídos, dos quais 102 eram do tipo fixo, com um valor estimado em 21.000€, 13 eram selectivos (46.000€), outros tantos autónomos (64.000€), além de quatro sofisticados radares de velocidade média, que determinam a velocidade de todos os veículos num determinado troço, com um valor unitário de 150.000€. No total, são mais de 3,7 milhões de euros de equipamentos que são propriedade pública, pagos pelos contribuintes, que irão ser substituídos com duplicação de custos.

Ataques como estes são punidos com pesadas penalizações aos prevaricadores, que arriscam o pagamento de 3.750€ e uns dias de trabalho comunitário, caso sejam apanhados a grafitar um radar, castigo que dispara para 30.000€ e dois anos de prisão caso a destruição seja mais severa.

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