O braço direito de Mustafá, líder da Juventude Leonina, foi detido esta quinta-feira em Angola. Alano Silva era um dos principais suspeitos do ataque à academia do Sporting, em Alcochete, e terá conseguido escapar à primeira investida da GNR, quando foram detidas 23 pessoas.

Segundo o Correio da Manhã, Alano Silva foi localizado pelas autoridades em Angola e deverá ser presente a um juiz ainda esta quinta-feira. O suspeito deverá responder em processo autónomo pelos mesmos crimes, de que já estão acusados os restantes 44 arguidos. A extradição para Portugal não é expectável, já que se trata de um cidadão angolano, mas caso o suspeito aceite, o processo pode ser rápido, noticia a TVI 24. 

Alano Silva será acusado pelos crimes de terrorismo, sequestro, incêndio, ofensas à integridade física e ameaças, como todos os arguidos envolvidos no processo, entre eles o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho. No ataque ao centro de estágio da equipa de Alvalade, a 15 de maio, houve agressões a vários jogadores e elementos da equipa técnica do clube.

A detenção ocorreu na sequência de um mandado de detenção internacional emitido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, mas, segundo explicou a mesma fonte, como este suspeito tem nacionalidade angolana, é “quase certo” que não seja extraditado para Portugal, ainda que possa vir a ser julgado em Angola pelo ataque à academia de Alcochete.

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Em janeiro deste ano, o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Barreiro declarou a especial complexidade do processo da invasão à academia do Sporting, em Alcochete, pedida pelo Ministério Público, o que, consequentemente, dilatou o prazo de prisão preventiva dos arguidos.

Esta decisão teve como consequência direta o alargamento do prazo (até 21 de setembro deste ano) para que o TIC do Barreiro profira a decisão instrutória (se o processo segue para julgamento), sem que 23 dos arguidos sejam postos em liberdade.

Os primeiros 23 detidos pela invasão à academia e consequentes agressões a técnicos, futebolistas e outros elementos da equipa ‘leonina’, ocorridas em 15 de maio do ano passado, ficaram todos sujeitos à medida de coação de prisão preventiva em 21 de maio.

Em 15 de novembro, exatamente seis meses após o ataque à academia do Sporting, em Alcochete, a procuradora Cândida Vilar, do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, deduziu acusação contra 44 arguidos, incluindo o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho e Mustafá.

O que diz a acusação: Bruno de Carvalho “determinou as agressões” à equipa

Dos 44 arguidos do processo, 38 mantêm-se sujeitos à medida de coação mais gravosa: a prisão preventiva. Os restantes seis arguidos, incluindo o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho e o líder da claque Juventude Leonina, encontram-se em liberdade, sendo que estes dois últimos estão obrigados a apresentações diárias às autoridades.

A procuradora do MP não recorreu da medida de coação aplicada a Bruno de Carvalho, mas apresentou recurso quanto à de Nuno Mendes, não havendo ainda decisão.

O antigo oficial de ligação aos adeptos do clube Bruno Jacinto está entre os arguidos presos preventivamente, sendo acusado da autoria moral do ataque, tal como Bruno de Carvalho e Mustafá.

Aos arguidos, que participaram diretamente no ataque, o MP imputa-lhes a coautoria de crimes de terrorismo, 40 crimes de ameaça agravada, 38 crimes de sequestro, dois crimes de dano com violência, um crime de detenção de arma proibida agravado e um de introdução em lugar vedado ao público.

Bruno de Carvalho, Mustafá e Bruno Jacinto estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, 19 de ofensa à integridade física qualificada, 38 de sequestro, um de detenção de arma proibida e crimes que são classificados como terrorismo, não quantificados. O líder da claque Juventude Leonina está também acusado de um crime de tráfico de droga.