Tentamos manter os automóveis limpos e lavadinhos por fora, pagamos um valor extra para que a pintura fique a brilhar e revestida com cera para maior protecção. Vamos mesmo ao ponto de lavar os pneus, para que mantenham a cor original, o preto, para depois os fazer brilhar como se fossem gigantescos donuts.

Porém, nem sempre o habitáculo recebe o devido tratamento. Quando chega a altura de limpá-lo, por vezes, limitamo-nos a esvaziar o cinzeiro e a limpar o pó e a cinza que teima em cair e enfiar-se nos mais pequenos interstícios. Sucede que estamos a descurar um aspecto importante, o volante (e, muito provavelmente, a alavanca da caixa de velocidades), onde repousamos sistematicamente as mãos, por vezes transpiradas ou sujas.

Segundo o Centro Nacional de Informação Biotecnológica (CMIB) americano, os habitáculos dos nossos carros figuram entre os ambientes mais sujos com que contactamos diariamente. No interior, é o volante que lidera na porcaria, sendo mesmo mais sujo do que uma tampa de sanita.

De acordo com os resultados das análises recolhidas pelo CMIB, que determinam o número de bactérias ou fungos por centímetro quadrado, ou como se diz em microbiologia, Unidades de Formação de Colónias (UFC), os volantes revelam uma média de 629 UFC. Um valor assustador, sobretudo se comparado com as tampas de sanita, que se ficam pelos 172 UFC. Mas há mais surpresas desagradáveis. Por exemplo, os telemóveis, a que passamos a vida agarrados, acusam 100 UFC e os botões dos elevadores disparam para 313 UFC, quase o dobro das sanitas.

O CMIB nota ainda que no habitáculo de um veículo é possível encontrar cerca de 700 bactérias. As mais populares são as staphylococcus, que causam doenças como envenenamento alimentar e irritação cutânea, e as propionibacterium, que provocam infecções e inflamações. E sabe o que justifica esta presença avultada de bactérias? O facto de muitos condutores comerem (e beberem) a bordo, de batatas fritas a chocolates, passando pelos hamburgers dos drive-in.

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