O Fórum para a Competitividade criticou, na sua nota referente a janeiro deste ano, a “clara divergência de Portugal” face à média europeia, no que diz respeito ao rendimento por habitante. Numa parte da nota, assinada por Pedro Braz Teixeira, o Fórum recorda que “entre 2000 e 2018, a generalidade dos novos Estados-membros da UE [União Europeia] conseguiu uma convergência notável com a média europeia”.

O organismo destaca os casos da Lituânia, cujo “rendimento por habitante mais do que duplicou em termos relativos (de 40% para 81% da média da UE), da Letónia (de 37% para 68%) e da Roménia (de 33% para 61%).

“Em total e flagrante contraste com o bom comportamento de todos estes países, Portugal teve um desempenho oposto, de clara divergência, tendo baixado de um rendimento que era, em 2000, 84% da média europeia, para apenas 74% em 2018”, criticou o Fórum.

A mesma nota realçou ainda que, face a este desempenho, Portugal foi ultrapassado por seis países. “Estónia, Lituânia, Eslováquia, Eslovénia, República Checa e Malta. A estes, devem-se acrescentar outros dois, a Hungria e a Polónia, ambos com um rendimento 73% da média, que nos poderão ultrapassar já em 2019. A Letónia, com a sua formidável evolução, também não deve ter de esperar muito para nos suplantar. Ficaríamos então o quinto país mais pobre da UE”, lamentou a entidade.

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O Fórum notou ainda que “entre 2000 e 2018, Portugal recebeu enormes recursos em fundos europeus, mais de 79 mil milhões de euros”, valores que tinham como objetivo ajudar na convergência.

O organismo recordou também que, no início de 2000, o endividamento externo de Portugal era “de 45 mil milhões de euros e em setembro de 2018 tinha subido para 205 mil milhões de euros”. Paralelamente, apontou o Fórum, no mesmo período a dívida pública passou de 65 mil milhões de euros para 246 mil milhões de euros. “Se nos tivéssemos endividado para convergir, ainda haveria alguma justificação para isto, mas assim, não há qualquer tipo de desculpa”, referiu a nota.

O Fórum para a Competitividade deu ainda conta do balanço do final do ano. Assim, no quarto trimestre de 2018, a economia portuguesa terá crescido entre 1,8% e 2,0% em termos homólogos, “desacelerando dos 2,1% do trimestre anterior”. No conjunto do ano, “o crescimento ter-se-á fixado entre 2,1% e 2,2%, um nítido abrandamento face aos 2,8% de 2017”, de acordo com a entidade.

A taxa de desemprego de dezembro “estabilizou nos 6,7%, uma décima acima dos valores de setembro e outubro”, sendo que o Fórum acredita que a redução do desemprego “deve prosseguir” ainda que a um ritmo mais lento.