A presidente do CDS criticou, no sábado à noite, o Governo por impor uma “carga fiscal máxima” e “serviços públicos mínimos”, sobretudo na saúde, onde, segundo Assunção Cristas, se vive “uma desgraça inédita”.
“Este Governo consegue fazer a quadratura do círculo, de ter carga fiscal máxima e serviços públicos mínimos. Demonstra uma absoluta incapacidade de governar em muitas áreas críticas para todos nós, com a saúde à cabeça”, afirmou a líder democrata-cristã.
Discursando em Penafiel, onde participou num jantar que assinalou a entrada em funções da nova concelhia, a presidente do CDS falou de um país, no setor da saúde, com “consultas adiadas, listas de espera a crescer, cirurgias canceladas, greves em todo o setor e dívidas que dispararam”.
“É isto que eu ouço, de norte a sul do país, de utentes do nosso Serviço Nacional de Saúde (SNS), de médicos, de enfermeiros e de diretores que se demitem porque são incapazes de suportar esta hipocrisia deste Governo que nos vem dizer que tem maior número de consultas e cirurgias e não olha para a realidade que é a desgraça a que votou o nosso SNS”, acentuou, concluindo: “Isto é inédito, nunca tinha acontecido nesta escala e com esta persistência no nosso país”.
Lembrando o recente episódio em que um comboio perdeu um dos motores, a dirigente do CDS disse que o país tem “um Governo que está sem motor, que não tem tração, que está desnorteado, que comete erros e descoordenações, dia após dia”.
“Na verdade, nós percebemos a descoordenação e o nervosismo sistemático deste Governo, porque perdeu a oportunidade de ouro que foram estes quatro anos para fazer mais e melhor”, acrescentou.
Assunção Cristas defendeu, depois, que ninguém faz oposição no país como o CDS, considerando que o seu partido constitui “a única, verdadeira e sistemática oposição em todas as áreas”.
Aludindo às eleições legislativas que se vão realizar este ano, a líder centrista referiu que o CDS nunca será a muleta para António Costa continuar no poder.
“Nós damos a garantia, e creio que somos os únicos, que um voto no CDS não vai parar à viabilização de um Governo de António Costa, um voto no CDS não serve para perpetuar António Costa e o PS no poder”, afirmou, deixando uma crítica ao PSD: “Um partido que pode ser da colaboração, que é o PSD, que diz que pode colaborar para que o PS não tenha de depender das esquerdas”.
A presidente do CDS também falou das eleições para o Parlamento Europeu, apelando à mobilização dos militantes e elogiando o cabeça-de-lista Nuno Melo, que estava presente na sala.
“Não são eleições secundárias, na Europa: nas escolhas que fazemos no Parlamento Europeu, nós decidimos muitas vezes questões que vão ter um impacto direto na nossa vida do dia-a-dia”, recordou, enquanto criticava o Governo por, ao contrário do que prometeu, não ter “uma voz grossa” em Bruxelas na defesa dos interesses de Portugal.