Um estudo da Google e da YouGov, empresa de pesquisa de mercado britânica, divulgado esta terça-feira revela que 50,26% dos portugueses afirma já ter sido vítima de pishing (tentativa de acesso fraudulento a informação pessoal de um utilizador de Internet) e 8,76% dos inquiridos já foi vítima de fraude online. Os resultados são revelados no âmbito do dia europeu da “Internet +Segura” e a Google deixa algumas dicas para a proteção online.

O objetivo deste estudo foi “perceber o tipo de experiências vividas pelos portugueses na navegação online”, afirmou a Google em comunicado. Entre os resultados estão dados como: 17% dos inquiridos afirma que atualiza o software mais do que uma vez por mês; ou 27,6% afirma ter a mesma password para todos os serviços.

Quanto ao tipo de informação que mais precisa de ser protegida, 64,03% dos inquiridos afirma que os dados financeiros ou bancários são aqueles sobre os quais recai maior atenção. Outros dados, como informação pessoal ou momentos da vida do utilizador, são relegados para segundo plano. Relativamente às ferramentas disponíveis para rever definições de segurança, mais de 50% dos inquiridos afirmou que as utilizava apenas uma vez de quatro em quatro meses.

Outros dados relevantes estão relacionados com o acesso não autorizado à conta de email ou de redes sociais. Aqui, 15,44% dos inquiridos afirmou que já foi vítima deste tipo de abuso e invasão de privacidade. Outros 15,81% dizem ainda que já foram infetados por vírus ou malware que levou a que informação guardada fosse apagada ou roubada.

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Como se proteger? Google deixa dicas

Para evitar ser vítima de esquemas fraudulentos ou invasão de privacidade na Internet, a Google, na sequência da divulgação deste estudo, deixa cinco recomendações: manter o software atualizado; utilizar passwords distintas para cada conta e serviço; ter um número de telemóvel ou segundo e-mail para recuperação de conta; fazer um check-up de segurança através das ferramentas que a empresa disponibiliza nos seus serviços, como o Gmail; e ativar a autenticação de dois passos (além de ter password, exigir que seja preciso autenticar o serviço através de uma app no smartphone para o efeito, como o Authenticator).

Todas estas medidas podem ser insuficientes se não se cumprir uma premissa: perceber quais são as vulnerabilidades que a informação online pode ter. Emails de remetentes desconhecidos a pedir informação pessoal ou pedidos de informação privadas como passwords ou outros dados não é a forma como as empresas atuam. Projetos como a linha Internet Segura, da FCT, são também um ponto de partida para melhor compreender o que fazer para se proteger online.

O estudo foi realizado pelo YouGov para a Google. A amostra foi de 1007 entrevistas a portugueses adultos e foram realizada online entre os dias 27 de Dezembro de 2018 e o dia 8 de Janeiro de 2019. A Google afirma ainda que “os dados são ponderados e são representativos da população adulta portuguesa”.