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Escolas. As maiores quedas e subidas são no ranking de sucesso

Este artigo tem mais de 5 anos

No ranking das notas dos exames e das provas nacionais do secundário as oscilações são menores, embora também as haja. Nos percursos diretos de sucesso há grandes trambolhões e subidas abruptas.

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RAQUEL MARTINS/ OBSERVADOR

RAQUEL MARTINS/ OBSERVADOR

O padrão é muito semelhante quando se olha para os primeiros 15 lugares dos rankings do secundário e do 3.º ciclo, elaborados pelo Observador, em conjunto com a Nova School of Business and Economics (Nova SBE). Nos rankings clássicos, onde o lugar em que cada escola fica depende das notas dos seus alunos nos exames do 12.º ano ou nas provas nacionais do 9.º, as oscilações são poucas. A maioria das escolas que, em 2017, chegou ao cimo da tabela mantém-se por lá, com algumas subidas e descidas. Já nos rankings de sucesso, determinados pelo percurso académico dos alunos nos últimos três anos, a estabilidade é quase zero. Há escolas que caem mais de 700 lugares e outras que sobem 900.

Olhando para os primeiros 15 lugares do ranking clássico do secundário, o primeiro é o único que se mantém inalterado, com o Colégio Nossa Senhora do Rosário, uma escola católica do Porto, a continuar no topo. Nos restantes 14 lugares, muitas escolas variam apenas um lugar ou dois em relação ao ano anterior. As melhores subidas são as do Grande Colégio Universal, de 13.º lugar para 3.º, dos Salesianos do Estoril, que sobe de 11.º para 2.º lugar e do Colégio Rainha Santa Isabel que passa de 15.º lugar para 8.º. As três escolas são estabelecimentos de ensino privado e situam-se, respetivamente, no Porto, Estoril e Coimbra.

Os alunos do colégio do Porto conseguiram a melhor média nacional nos exames de português (14,83), o que valeu ao Grande Colégio Universal o primeiro lugar também no ranking que mede apenas os resultados à língua materna. Em Coimbra, as notas dos exames  no Rainha Santa Isabel colocaram o colégio em 2.º lugar no ranking de físico-química e em 3.º no de matemática. No Estoril, os estudantes dos Salesianos conseguiram, com os seus resultados, a 4.ª melhor posição a matemática e a biologia, e a 5.ª na disciplina de português.

No ranking clássico, há ainda a destacar duas entradas diretas para o top 15 e que representam, respetivamente, uma subida de 12 e de 5 lugares: o Colégio de São Tomás, em Lisboa (estava em 23.º passa para 11.º), e o Colégio Terras de Santa Maria (de 20.º lugar para 15.º), situado no distrito de Aveiro, em Santa Maria da Feira. Ambos são de ensino particular.

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Entre as escolas, todas privadas, que se mantêm nos primeiros 15 lugares, a que mais desce é o Colégio São João de Brito, em Lisboa, caindo de 3.º lugar em 2017 para o 13.º em 2018. Mas há quedas maiores e que empurraram dois estabelecimentos de ensino privado para fora do top 15: o Colégio Integrado de Monte Maior, em Loures, cai 27 posições (de 8.º para 35.º lugar) e o Colégio Santa Doroteia, localizado na capital, desce 17 lugares. O ano passado estava em 4.º lugar, agora não passa do 21.º

Nos rankings de sucesso do secundário não há coerência de um ano para o outro quando se analisa o topo da tabela. Para se calcular a posição de cada escola, olha-se para os chamados percursos diretos de sucesso, ou seja, a percentagem de alunos que fez o 10.º e o 11.º anos sem retenções, tendo depois obtido nota positiva nos exames do 12.º. A média de cada escola é comparada com a média nacional de alunos comparáveis — aqueles que têm as mesmas características, como o perfil socioeconómico ou as habilitações literárias da mãe, entre outros.

Comparando as escolas que, em 2018, ocupavam os primeiros 15 lugares no ranking de sucesso com o ano anterior, só 5 se mantém nesse top. A que estava em 1.º lugar, a Escola Básica e Secundária da Guia, em Pombal, cai para 13.º, enquanto que Colégio de São Tomás, em Lisboa, sai exatamente dessa posição para subir até ao 9.º lugar. No agrupamento da escola pública, a percentagem de alunos do secundário com direito a ação social escolar, devido aos baixos rendimentos do agregado familiar, situa-se nos 33%. A taxa de retenção está nos 9%. Este tipo de dados de contexto só são disponibilizados pelo Ministério da Educação para escolas da rede pública.

No mesmo ranking, as restantes três escolas que ali se mantêm ficam em posições quase inalteradas: a Escola Básica e Secundária de Felgueiras (que alterou o nome para Dr. Machado Matos) sobe dois lugares, o Colégio de São Miguel (Ourém) e a Escola Básica e Secundária de Arga e Lima descem um lugar.

Mas quando se olha para as entradas e saídas do top 15, há quedas e subidas abruptas. A Escola Básica e Secundária de Murça cai 426 posições, do 15.º lugar para o 441.º, protagonizando a maior descida. Com descidas superiores às duas centenas de lugares aparecem ainda o Colégio de São Gonçalo, em Amarante, (queda de 267 lugares, baixando de 8.º lugar para 275.º) e a Escola Básica e Secundária de Oliveira de Frades (troca o 10.º lugar pelo 254.º).

A mesma ordem de grandeza observa-se nas entradas diretas para o top 15 do ranking de sucesso. A maior subida, de 414 lugares, é de uma escola pública, a básica e secundária Vale do Tamel (Barcelos), que passa de 428.º lugar para 14.º. Segue-se a Escola Básica e Secundária de Albufeira. Dispara 285 lugares, o que lhe vale uma subida do 390.º lugar para o 5.º. O último destaque vai para a Escola Básica e Secundária da Batalha que passa de 317.º para 15.º.

3.º ciclo. Só 1 escola se mantêm no ranking do sucesso

O padrão que se observa nos rankings do 3.º ciclo é semelhante ao do secundário. A tabela que ordena as escolas onde os alunos tiveram melhores médias nas provas nacionais de matemática e português têm mais estabilidade do que a que mede o sucesso. Nesta, o processo é semelhante ao do secundário, mas é o 7.º e o 8.º ano que têm de ser feitos sem retenções, obtendo de seguida notas positivas nos exames nacionais, para se poder considerar que determinado aluno teve um percurso direto de sucesso.

Uma das curiosidades no ranking das provas nacionais é que a maior queda no top 15 é a do Colégio Minerva, no Barreiro, precisamente a escola particular que no ano anterior tinha alcançado a medalha ouro. Com uma queda de 67 posições, desce do 1.º lugar para o 68.º.

Nos 15 lugares cimeiros mantêm-se 9 escolas que já ali estavam no ano anterior. Das 6 que perdem o seu lugar, 4 descem poucos lugares, ficando nas vigésimas posições. Para além do Colégio Minerva, é uma outra escola privada a ter uma queda significativa: o Colégio Terras de Santa Maria cai de 15.º para 40.º lugar.

Quanto às estreias na tabela, a Academia de Música de Santa Cecília, de Lisboa, faz uma entrada direta do 22.º lugar para o 1.º. As restantes seis entradas não são subidas impressionantes, já que estavam nos vigésimos lugares. Ainda assim, destaca-se a subida de 13 posições do Colégio Nossa Senhora do Alto, em Faro, (de 20.º para 7.º lugar), do Externato Escravas do Sagrado Coração de Jesus, no Porto, que sobe 8 lugares (18.º para 10.º) e o Colégio Novo da Maia que sobe da 17.ª posição para a 13ª.

No ranking de sucesso do 3.º ciclo, as variações são ainda mais marcantes do que no do secundário, com apenas uma escola a manter-se no top 15. A Escola Básica Dr. Carlos Pinto Ferreira, em Vila do Conde, sobe 9 lugares, alcançando o primeiro lugar do ranking.

As quedas são significativas. A Escola Básica Professor Artur Nunes Vidal, em Águeda, que no ano anterior tinha conseguido a medalha de prata, cai 718 lugares e fica na 720.ª posição. Já o Externato João XXIII, situado na capital, e que tinha alcançado a quarta posição cimeira, desce 648 lugares (652.º).

Mas também do lado das subidas se veem resultados impressionantes. A Escola Básica de Ribeira do Neiva (Vila Verde), que, no ano anterior, em pouco mais de 1100 escolas, tinha ficado em 904.º lugar, sobe agora para 13.º. Outro destaque é para a Escola Básica Dr. Ruy D’Andrade, no Entroncamento, que sobe mais de 700 lugares, subindo da 729.ª posição para a 15.ª.

No agrupamento desta última escola, só 4% dos alunos do 3.º ciclo ficaram retidos. Há 16,% de estudantes com ação social escolar e as habilitações literárias do pai e da mãe estão ao nível do 10.º e do 11.º ano, respetivamente.

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