Só pôde ter ficado impressionado, quem esteve junto à pala do Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações, em Lisboa, no final da tarde do dia 20 de julho do ano passado. Era uma sexta-feira e o palco secundário do festival de música Super Bock Super Rock parecia um palco principal, repleto de miúdos aos saltos, a entoar canções verso a verso, palavra a palavra. O motivo da festa era a música de ProfJam, o rapper e cantor lisboeta que tem Mário Cotrim como nome de batismo.
Logo ali, naquela tarde, foi percetível que o nome que despontou na internet com participação nas batalhas de rimas da Liga Knockout, mixtapes e singles estava destinado a palcos maiores. Logo ali, naquela tarde, ProfJam assumiu que tinha em vista o lançamento de um primeiro álbum gravado com o apoio de um dos compositores de batidas instrumentais mais reconhecidos do hip-hop nacional, Lhast (Rafael Alves). Logo ali, naquele tarde, visto por adolescentes e graúdos, ouvintes e conhecidos rappers nacionais, foi percetível que ProfJam preparava-se para ser o primeiro português a usar e abusar das batidas graves do trap, intercalando melodias cantadas com doses industriais de auto-tune e rimas enérgicas disparadas com cadência rápida, a chegar aos palcos principais de um dos grandes festivais generalistas de música popular em Portugal — excluem-se aqui, portanto, o MEO Sudoeste e o Sumol Summer Fest, menos ecléticos e assumidamente direcionados a um público-alvo juvenil.
No final daquele concerto, num palco onde no ano anterior Slow J (João Batista Coelho) tinha cimentado em definitivo um estatuto de revelação da música portuguesa — transitando no ano seguinte para o palco principal –, ProfJam foi abordado por Luís Montez, promotor do festival. “Agradeceu-me, disse que gostou muito, que foi um dos concertos de que gostou mais. Disse-me: ‘para o ano falamos, era porreiro vermos algo para o palco principal, não prometo, nada mas era interessante vermos como estamos daqui a um tempo'”, conta ao Observador o rapper e cantor lisboeta de 27 anos.
Meio ano depois, ProfJam acaba de disponibilizar o seu primeiro álbum de originais, #FFFFFF, nas plataformas digitais (pode ser ouvido por exemplo no Spotify, aqui) e está a meio ano de voltar a atuar no festival, desta vez no palco principal e após o regresso do SBSR ao Meco. Se o concerto de julho de 2018 foi simbólico, indiciando que o trap em Portugal começava a dar passos firmes rumo à sua consolidação na indústria musical, #FFFFFF é simbólico por elevar os padrões deste género musical. A partir de agora, a fasquia está mais alta.
Já não se trata aqui de música açucarada lançada e ouvida até à exaustão na internet, de singles e videoclips, de música confinada a festas temáticas (como as It’s a Trap, promovidas pelo site Rap Notícias). O primeiro disco de ProfJam é a chegada de uma nova geração do hip-hop nacional aos holofotes, às grandes editoras e aos grandes palcos de grandes festivais. É outra coisa, ainda: o momento em que essa geração, de que ProfJam é pioneiro e no caso de alguns artistas mais jovens também mentor, produz um grande álbum, depois de interessantes derivações anteriores do trap feitas por Regula (Casca Grossa), Holly Hood (O Dread Que Matou o Golias), Mike El Nite ou Força Suprema.
Se, nos Estados Unidos, Travis Scott conseguiu arranjar soluções musicais criativas, inovando e elevando a qualidade média do que se ouve no trap norte-americano, ProfJam faz o mesmo em Portugal com #FFFFFF. Em “Malibu”, o décimo dos onze temas deste primeiro álbum de originais, o músico lisboeta diz-nos que é um “facto” que mudou “o game” — e isso soa mais a constatação do que a presunção.
Sam The Kid e Mundo Segundo: “Quem diz que trap não é hip hop está a ser Rui Veloso”
“A minha arte passou sempre mais por abraçar a mudança”
“De mim ninguém sabe, eu sei”. É assim que começa #FFFFFF. Nos últimos anos, à medida que o rapper e cantor foi aumentando as doses de canto, exploração de melodias trap e auto-tune na sua receita musical, foi-se criando uma divisão entre ouvintes de hip-hop acerca dos méritos e deméritos do trap e acerca dos méritos e deméritos de ProfJam, que há três anos citava “Víris, Gula e Sam, Mundo, Allen Halloween” como influências. Há duas semanas, o lisboeta apareceu num vídeo com um baterista (“Gui”) a rimar numa batida mais tradicional, sem auto-tune, sem cantar. Os comentários de fãs de hip-hop com gosto mais tradicional voltaram a sublinhar uma divisão que se mantém. “De volta ao old prof?”, perguntava um, elogiando a letra. “Fica neste registo, é nisto que te distingues dos outros”, sugeria outro. “Obrigado Gui, trouxeste-o de volta”, “finalmente o Prof está de volta”, “é este o Prof que a gente quer”, diziam mais alguns.
É na Fábrica da Pólvora, em Barcarena, que o podemos encontrar habitualmente. Foi num dos armazéns do interior deste parque e polo cultural da freguesia de Oeiras que ProfJam gravou grande parte do seu álbum, é ali que o rapper-cantor e vários elementos da editora que fundou — a Think Music, forte impulsionadora da música trap em Portugal — se instalaram há perto de um ano. É ali também que ProfJam nos começa a falar da sua evolução: “A minha primeira mixtape, The Big Banger Theory, tem uma sonoridade trappy e moderna, mas com mais ‘barras’, rimas mais cuspidas. Na seguinte, Mixtakes, faço uma cena a que chamo new school boom bap, com batidas lo-fi. Aí soltei-me mais, comecei a cantar mais, a explorar mais melodias, intercalando isso com uma maneira de rimar mais ou menos clássica. Depois lembro-me de começar a ouvir Mac Miller e Young Thug…”
Já uso auto-tune há dez anos, só que agora senti mesmo que evoluí na procura da melodia e na própria rima, no mumble rap [forma de rapper por vezes encontrada temas com batida trap]. Embora isto não seja propriamente mumble rap, deu para aprender certas técnicas de pronúncia e dicção que me abriram novas maneiras de rimar”, conta.
A mudança deve-se a uma procura de ProfJam por um terreno musical novo, ainda por desbravar: “A minha arte passou sempre mais por abraçar a mudança do que resistir a ela. A própria natureza do hip-hop tem uma frescura inerente e acho que em Portugal criou-se uma resistência às novas ondas. Porém, acho que quando há uma resistência isso significa que se está a abrir espaço novo. Percebo que as pessoas têm às vezes medo da mudança e medo que os outros estraguem as coisas, mas acho que estraga mais [o hip-hop português] repetir as coisas até à exaustão, até às pessoas se cansarem, do que fazer coisas novas e complementares, que não sejam só imitação da imitação”.
Quando começou a rimar, há perto de dez anos, ProfJam tinha “a cena va-lé-ti-âna”, como diz hoje, pronunciando as palavras como Valete o faz. Mário diz que tem noção que o facto de rimar e fazer hip-hop deve-se “ao Valete, ao Sam the Kid, ao Regula, ao NGA, ao Halloween e ao Mundo Segundo”, mas acrescenta que não soar como eles hoje em dia é uma vitória: “Isto para mim é que é bonito: cresci a cantar e rimar como aquelas pessoas, agora inventei o meu estilo e os próximos que aparecerem inventarão os seus. Sentir-me amadurecido e não ser como as minhas referências é uma vitória. Acho que criei a minha própria identidade, fui encontrar a minha voz e o meu espaço, o que é que tenho para dizer, a minha mensagem”.
Há pessoas que às vezes estão a rimar e fazem-me pensar: essa mensagem é tua ou é a mensagem que ouviste? É a tua experiência? O próprio Sam the Kid diz: ‘o pudim já ‘tá na mesa, man / tragam arroz doce’. Eu acredito nisto: não habitues as pessoas ao teu génio, não banalizes a tua fórmula. Acho positivo uma pessoa desafiar-se, arriscar, respeitar o outro sendo diferente dele. Prefiro que tenham saudades do Prof antigo do que se cansem dele por não ter mudado, por ter ficado estático”, aponta.
A aposta nesta nova sonoridade “tem tudo a ver com o que gosto de fazer e ouvir. Há vários estilos, adoto aqueles que sinto que são para mim. É experimentar, ver se gostamos do que ouvimos e seguir por aí. Quero explorar coisas novas, cruzar referências, criar algo verdadeiramente novo que não passe apenas por reciclar o que já se ouviu cá”, resume. O aviso já tinha sido dado, aliás, em “Queq Queres”, tema a que muitos regressam para ouvir o ProfJam “antigo”, num registo menos dançável e rápido: “Eu não sou puro / sou misturado”.
[“Água de Coco”, um dos singles do primeiro álbum completo de ProfJam:]
“Americanizado? Sou. Mas o que mais gosto em Portugal é a língua portuguesa”
Além do flow (maneira de rimar) rápido recheado de jogos de palavras e das batidas graves e aceleradas intercaladas com o canto com auto-tune, este primeiro álbum de ProfJam é rico em anglicismos, que percorrem todas as faixas. “Às vezes dizem: o Prof é muito americanizado. Pá, sou. O hip-hop é americano, oiço muito hip-hop americano, mas não deixo de representar a língua portuguesa com a maior excelência que consigo”.
A ligação à língua inglesa deve-se não apenas ao apreço deste rapper e cantor pelo hip-hop norte-americano como à sua ligação a espaços geográficos como Londres, onde viveu, e os Estados Unidos, onde tem família. A primeira estadia de ProfJam no exterior foi aos nove anos. Longe de imaginar que um dia viria a ser rapper e cantor, passou um mês no estado do Texas com a sua tia avó, no final dos anos 1990. “A diferença de mercados ainda era gigante, estava a ver filmes lá que só passado um ano iam chegar aos cinemas portugueses. Via episódios do Pokemon e brinquedos que ainda não estava cá. Para um miúdo tem um impacto enorme. Fiquei logo muito ligado à cultura norte-americana, depois o hip-hop ainda me ligou mais”.
Quando era adolescente — teria, calcula de cabeça, 16 ou 17 anos — foi passar três meses a Nova Jérsia, nos EUA. “Chamavam-me 50 Cent e o Eminem”, ri-se. “Na altura”, e na altura era há uma década, “a cultura hip-hop ainda não estava tão espalhada, tão popular. Diziam a qualquer tipo que estivesse a ouvir hip-hop: és ‘bué do yo’. Mas aquilo para mim foi como regressar a casa”.
Sinto muito a cultura americana — digo isto com noção de que sou português e que aquilo de que mais gosto em Portugal é a língua portuguesa, acho que é o mais bonito que temos. Mas a nível de cultura política, música, cinema e televisão, conheço melhor o que acontece nos EUA do que em Portugal. Nesse aspeto não sou um grande português, mesmo da literatura portuguesa conheço pouco”, refere.
Se a vivência no Texas com nove anos trouxe a ProfJam um fascínio pela música norte-americana e os três meses em Nova Jérsia incutiram-lhe o hip-hop norte-americano no MP3 e nos phones, os dois anos que Mário Cotrim passou em Londres a estudar produção musical aumentaram-lhe ainda mais a familiaridade com a língua inglesa e expressões típicas do hip-hop feito nessa língua”.
Ir estudar produção musical deveu-se à vontade de ter “uma ferramenta profissional que permitisse não ter de investir na parte técnica”, isto é, deixar de necessitar de produtores e técnicos de som externos para finalizar a conceção das canções. “Também estava preparado para ficar se tivesse lá uma oportunidade de trabalho. Se o Mark Ronson me ligasse para ir para estúdio trabalhar com grandes artistas… Mas percebi que há gente que nasceu para estar naquele ambiente e acredito que os melhores hão-de singrar naquelas áreas”.
O percurso dele seria outro: sente que nasceu “em parte para escrever e cantar”. Começou a gravar temas há dez anos, mas quis esperar para fazer um álbum de qualidade “quando tivesse condições para tal, em termos financeiros”. As mixtapes foram “concetuais”, mas “têm coisas sobre as quais não tenho direitos, a nível de batidas e assim não eram inteiramente originais”. Agora, lança o primeiro disco no momento de certo, depois de somar milhões de visualizações em temas avulsos publicados com videoclips no Youtube, como “Mortalhas”, “Matar o Game” e “Xamã”.
“Este disco tem tudo aquilo que sou neste momento”
Conciso, o primeiro álbum de ProfJam tem temas mais acelerados como “Minha” e “O Hino” (este último é o único tema em que ProfJam e Lhast cederam a autoria dos instrumentais ao emergente produtor musical português Holly) e temas mais arrastados, em que o canto e as melodias têm tanta ou mais importância que o rap, como “À Palavra”, “Se Calhar” e “À Vontade”, a última dedicada à sua mãe e com participação do rapper Fínix MG, que integra o catálogo da editora de ProfJam.
O tema mais festivo que tenho aqui se calhar é a ‘Tou Bem’, a única faixa estilo ‘estou na esta’. Mesmo assim não consigo resistir à minha natureza, introduzir lá questões religiosas, é um bocado o meu reflexo. Tenho muitos temas com batidas mexidas que não são sobre festa”, refere.
“Na Zona”, a quarta faixa do disco, fica mais ou menos a meio caminho e vale a pena abrir um parêntesis sobre ela. O tema começa com uma descrição de uma espécie de ciclo interminável:
“Acende mais um night enquanto a noite não vai
só mais um tiro
quero ficar por aqui
acende mais um weed (…) Fico num estado que só dá para ‘tar
viciado na zona
pausado na zona
bem fumado na zona
concentrado na zona
(…) bloqueado na zona”
A descrição, cinematográfica, prossegue:
“Noites perdidas na idade que já não volta (…) vida é na rua, ninguém quer saber de escola
em cada esquina o banquinho, a mesma história
são quatro ou cinco perdidos na escapatória”
A faixa termina com a voz da mãe do rapper e cantor, dizendo: “Mário, acorda. Já viste as horas?”.
A súbita inversão de rumo no final de “Na Zona” é apenas mais um aparente paradoxo (não tem de o ser) num tema “com uma batida dançável mas que poderia ser chamado de rap consciente”, diz ProfJam. “É a minha mãe a dizer-me: já está na hora, tens 27 anos, faz-te à vida. Do meu lado é simples: ok, sim, tenho mesmo de acordar, isto foi porreiro enquanto durou mas é altura. A minha mãe esteve a trabalhar para mim este tempo todo, agora está na minha altura de trabalhar para ele”. Essa ideia inspirou ainda “À Vontade”.
Quando acabei a ‘Na Zona’ imaginei-me com 16 anos a ir de minha casa à bomba de gasolina buscar umas litrosas para ir ter com o pessoal. Como seria na altura se tivesse ouvido esse tema no meu MP3, nos meus phones, feito por outra pessoa? Gostava de fazer essa experiência de máquina do tempo, ver se isso teria mudado alguma coisa. Sei que as pessoas vão fazer o que fazem mas gostava que certos miúdos ouvissem e percebessem o que estou a dizer. Não estou a pregar nada a ninguém, só quero que percebam: estive nesse ciclo, dez anos depois estou aqui, a contactar com ele, a observá-lo”, acrescenta.
#FFFFS é, em súmula, “um bocado um apanhado de tudo, a soma do que tenho feito e tem tudo aquilo que sou neste momento”, garante ProfJam. O título refere-se ao “código hexadecimal da cor mais branca no mundo digital. Representa uma nova espiritualidade inserida num mundo cada vez mais digital”, detalha Mário Cotrim, acrescentando que o branco para si é “o espectro completo da luz”, representa “todas as cores em simultâneo” e serve de metáfora para descrever “um artista cada vez mais completo e colorido”.
A religiosidade é sui generis, mas está presente em #FFFFS. O disco “tem a luz e a sombra, o sagrado e o profano”, começa por dizer o rapper e cantor lisboeta, acrescentando: “Em princípio a natureza humana tem essa dualidade, isso está também em textos sagrados. Andei num externo de franciscanos e o hino era [começa a cantar] a longa noite escura é gémea da manhã. Sempre ouvi isso de uma moeda ter cara e coroa, sempre fui um bocado advogado do diabo. Tenho uma pessoa destrutiva e uma pessoa construtiva, tenho uma pessoa positiva e uma pessoa negativa dentro de mim. Em vez de reprimir uma, como algumas pessoas fazem, tento abraçar o facto de ter duas e lidar com essas duas naturezas, a mais terrena e a mais celeste”.
[“Tou Bem”, single do novo álbum gravado por ProfJam e Lhast em Los Angeles:]
Gravado entre a Fábrica da Pólvora e Los Angeles — onde Lhast está atualmente a viver e trabalhar como produtor musical, continuando a colaborar com rappers e cantores portugueses à distância –, o primeiro disco de ProfJam vai ser apresentado em breve ao vivo, pelo menos no Porto (dia 15 de março no Hard Club) e em Lisboa (no renovado Cineteatro Capitólio, junto à Avenida da Liberdade, dia 5 de abril). Deverão depois seguir-se mais concertos até às atuações no festival NOS Primavera Sound, no Porto, e no palco principal do festival Super Bock Super Rock, ambas este verão:
“O SBSR é um círculo completo porque foi nesse festival que apresentei o meu primeiro single deste álbum [“Água de Coco”]. É bom ter festivais que não te atiram aos lobos, dão-te uma oportunidade num palco secundário que se pode tornar quase um ensaio para palco principal e depois apostam em ti se as coisas tiverem corrido bem”.
Outro objetivo de ProfJam para este ano passa por reforçar o impacto da sua editora Think Music no mercado nacional. Hoje com artistas como Yuzi, Sippinpurpp, Lon3r Johnny, Benji Prince e o já referido Fínix MG no seu catálogo, a editora “foi criada para lançar a Mixtakes“, segunda mixtape de ProfJam, e não quer depender de “qualquer tipo de preconceito e padrão musical”. “Se for preciso esquecer tudo o que já foi feito e ir numa direção totalmente diferente, não tenho reservas. Quero é que as pessoas estejam atualizadas consigo mesmas, não estejam a forçar-se a fazer coisas que não querem, porque depois são elas que têm de ir para palco e vestir a camisola. A tua música é a tua camisola e a tua jóia, tens de estar confortável com ela”, aponta ProfJam.
Se o impacto do disco for o esperado, este vai ser um ano de concertos para ProfJam: “Se calhar o meu ano mais a sério nesse aspeto. Estamos agora a conhecer o mercado, conheço pessoas que já fizeram o circuito ao vivo todo e têm algumas noções, mas estamos a olhar para tudo: qual é a dimensão dos sítios, onde são… o céu é o limite. O meu sonho máximo era que a minha música funcionasse além língua, exportar rap português pela sonoridade. Era incrível, mas sei que não é fácil porque o hip-hop vive um bocado da língua e da palavra”, remata.