Numa altura em que mais de metade da Venezuela continua sem eletricidade há mais de 50 horas consecutivas, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, veio falar publicamente pela primeira vez, atribuindo a origem do ‘apagão’ a um “ataque cibernético internacional” feito com “tecnologia de alto nível que só o governo dos Estados Unidos é que tem”.
Num comício em Caracas, Maduro defendeu que a rede elétrica venezuelana sofreu quatro ataques intencionais: dois cibernéticos, um eletromagnético e um outro através de um incêndio ateado numa subestação elétrica, no sul do país, que o presidente da Venezuela garantiu ser “fundamental para a distribuição de energia”.
El imperialismo estadounidense desconoce la fuerza de este pueblo aguerrido que lleva en sus venas la sangre de los Libertadores de América. Hemos superado todas las agresiones con coraje revolucionario, y seguiremos de pie; firmes defendiendo la soberanía de nuestra Patria. pic.twitter.com/Jb6663vPhK
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) March 10, 2019
Nicolás Maduro classificou ainda o ataque como “anormal, extraordinário e grave” e acusou os autores de serem “cobardes” por não darem a cara. O presidente venezuelano assegurou ainda que a rede elétrica deverá ser definitivamente reposta “nas próximas horas”.
De acordo com a versão de Maduro, já os trabalhos de restabelecimento da rede elétrica estavam em curso quando o país foi alvo de “outro ataque de carácter cibernético a uma das fontes” de energia. Foi esse ataque com tecnologia de ponta que frustrou todos os esforços feitos até então, argumentou Maduro.
O presidente venezuelano está ainda convencido de que há infiltrados na empresa nacional de eletricidade, ao serviço dos Estados Unidos. Mas serão identificados e castigados, garantiu.
Entretanto, especialistas em energia já vieram desmentir a teoria de Nicolás Maduro. Em declarações à imprensa venezuelana, alguns consultores que se mantiveram sob anonimato explicaram que a rede elétrica venezuelana é anterior à Internet, pelo que não poderá ser atacada remotamente.
Governo venezuelano diz que vai provar à ONU envolvimento dos EUA no apagão
Mais de metade do país encontra-se sem acesso à eletricidade depois de uma falha elétrica na tarde de sexta-feira. Há milhares de estabelecimentos comerciais encerrados e já morreram 15 doentes renais que precisavam de diálise. Este sábado, a energia já foi restabelecida em algumas zonas da capital, Caracas, mas o resto do país continuava sem eletricidade.
Também neste sábado, o Governo da Venezuela assegurou que vai entregar às Nações Unidas, “dentro de poucos dias”, provas concretas de que o apagão teve origem num ataque levado a cabo pelos Estados Unidos.