Tudo na mesma na Associação Mutualista Montepio Geral. Tomás Correia não mostrou qualquer sinal de querer sair da liderança da associação, na reunião do Conselho Geral desta terça-feira. Isto apesar da deterioração das contas, com perda de associados e, por outro lado, a avaliação de idoneidade que o Governo indicou estar para breve, assim que seja feita uma “norma interpretativa” para “clarificar” uma lei que o presidente do supervisor dos seguros continua a defender que não justifica que seja ele a avaliar a idoneidade de Tomás Correia para o cargo. Mas Tomás Correia garante que não irá haver qualquer avaliação de idoneidade e o Padre Vítor Melícias rematou: “não é um secretariozeco ou um qualquer ministro que vai afastar uns órgãos sociais democraticamente eleitos“.
Fonte com conhecimento do processo, ouvida pelo Observador, confirmou que Tomás Correia manteve a linha habitual, passando uma mensagem de absoluta tranquilidade em relação à sua permanência no cargo. Por um lado, garantiu estar confiante de que não haverá qualquer avaliação de idoneidade e considerou a contraordenação do Banco de Portugal um “ataque miserável” à sua liderança, com uma acusação que, segundo o próprio, será derrotada com pareceres de especialistas que já terão concordado com a análise de Tomás Correia.
O presidente da mutualista, sobre quem se escrevia na semana passada que estaria sob forte pressão para se demitir, entregou, mesmo, um documento extenso, em papel, a cada um dos conselheiros. Trata-se da sua defesa contra a contraordenação do Banco de Portugal, contra a qual já anunciou que irá recorrer.
Por outro lado, as contas da mutualista, que foram apresentadas aos conselheiros só nesta segunda-feira (o parecer do auditor e do conselho fiscal só, mesmo, nesta reunião de hoje), não foram alvo de qualquer votação neste órgão que é o Conselho Geral, que é eleito pelos associados da mutualista. As contas serão votadas apenas, portanto, na próxima assembleia-geral da mutualista.
No final da reunião, o Padre Vítor Melícias prestou o seu apoio a Tomás Correia: “isto não pode ser assim, os órgãos sociais da Associação Mutualista foram legitimamente eleitos e não é nenhum secretariozeco nem nenhum ministro que vão retirar do cargo pessoas democraticamente escolhidas pelos associados”, terá dito o presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Associação Mutualista, sem especificar exatamente de que pessoas estava a falar.
Fonte da assessoria de Tomás Correia confirmou, ouvida pelo Observador, que “a reunião dos 23 membros do Conselho Geral correu de forma tranquila, como se esperava” e garantiu que “Tomás Correia se mostrou disponível para discutir todos e quaisquer temas que preocupassem os conselheiros, sendo que ninguém acrescentou qualquer ponto à ordem de trabalhos (além da ordem estabelecida, que incluía um ponto sobre “outros assuntos”).
Autoridade dos Seguros insiste. Governo é que tem de avaliar idoneidade de Tomás Correia