As seguradoras do grupo Montepio Lusitânia Seguros e Lusitânia Vida já perderam 160 milhões de euros de fundos próprios nos primeiros cinco meses do ano, segundo o jornal Público, em parte devido ao impacto da exposição de mais de 20 milhões de euros a títulos de empresas russas do setor da indústria pesada, incluindo a Gazprom e a Novolipetsk.

Segundo a informação que o Público obteve junto de fonte do regulador dos seguros, a Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) está obrigada a enviar reportes semanais à Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos e Pensões (ASF) sobre a evolução da atividade das duas seguradoras.

A situação das duas companhias está a ser encarada pela autoridade de supervisão com apreensão, segundo a mesma fonte, tanto que o próprio presidente da holding (a Associação Mutualista Montepio), Virgílio Lima, está a ser chamado semanalmente às instalações do supervisor, a ASF.

O rácio da margem de solvência das duas seguradoras caiu para 80%, abaixo do limite mínimo de 100%, o que fez soar os alarmes no supervisor. Esse é um indicador que reflete os riscos em que as seguradoras, de um modo geral, incorrem nas aplicações que são feitas com os prémios que são pagos pelos clientes.

Fonte oficial do grupo Montepio indicou, ao Público, que está a monitorizar a “evolução dos preços dos [títulos] uma vez que não se conseguem vender dadas as limitações impostas sobre ativos russos” e acrescentou que “já ocorreu o pagamento de juros após o início da guerra e a imposição de sanções sobre ativos russos de todos os títulos em carteira da Gazprom e Novolipetsk”. O grupo diz acreditar num “progressivo retorno à normalidade com impacto positivo na recuperação do valor destes títulos, cuja cotação se tem verificado na vizinhança dos 30%”.

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