Cerca de 3.000 pessoas manifestaram-se este sábado em Zagreb, capital da Croácia, para reclamar tolerância zero e mais medidas de prevenção das autoridades e legislativas, para travar a violência doméstica.

Os manifestantes, convocados no âmbito da iniciativa “Salva-me”, reclamaram ações preventivas por parte dos centros sociais, da polícia, da Justiça e do sistema escolar, para que se evitem os casos de violência doméstica. No protesto, foram igualmente pedidas alterações legislativas tendentes a melhorar a prevenção da violência doméstica.

A campanha “Salva-me”, lançada pela atriz croata Jelena Veljaca, tem mais de 50.000 seguidores na página social Facebook, preocupados com a violência doméstica, que tem tido recentes episódios. Em fevereiro, um pai atirou os quatro filhos pela janela, acabando estes por sobreviver.

Segundo dados para a União Europeia (UE) do Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE), com sede em Vilnius (Lituânia), “nove em cada dez vítimas” de violência entre parceiros íntimos (independentemente do vínculo legal e da coabitação) são mulheres e pelo menos uma em cada cinco será violentada durante a sua vida adulta.

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A violência doméstica contra mulheres continua a ser uma prática “generalizada, escondida e pouco comunicada” na União Europeia (UE), constatou a agência para a igualdade de género, realçando que “as vítimas não recebem apoio suficiente”.

Apesar dos “progressos significativos” na criminalização da violência doméstica, a prática é “pouco comunicada” e a taxa de condenações “é baixa”, quando comparada com o número de casos registados. Simultaneamente, “as sanções raramente funcionam como impedimentos”, destaca-se.

A Croácia cumpre a recomendação de fornecer “pelo menos um centro ou um serviço de aconselhamento por cada 50 mil mulheres” vítimas de violência.