O ministro das Finanças, Mário Centeno, assumiu este sábado esperar que a melhoria na perspetiva do ‘rating’ de Portugal, por parte da agência de notação financeira DBRS, signifique “uma evolução no próprio ‘rating’ a curto prazo”.

Tecnicamente, um sinal positivo numa perspetiva de ‘rating’ significa uma evolução no próprio ‘rating’ a curto prazo, e o curto prazo nestes casos coloca-se entre seis meses e um ano”, estimou, em declarações aos jornalistas portugueses em Bucareste, à entrada para a reunião informal dos ministros das Finanças da União Europeia (UE).

Sem excluir a possibilidade de haver “uma certa aceleração” da materialização efetiva da subida do ‘rating’ de Portugal, Mário Centeno notou que a melhoria na perspetiva do ‘rating’ de Portugal, por parte da DBRS, anunciada na sexta-feira, se segue “a outros oito movimentos num espaço muito curto de tempo”.

“Nunca antes, nas últimas duas décadas, isto tinha acontecido com a dívida portuguesa e nos últimos três anos, no contexto europeu, quem mais se tem destacado neste processo de valorização e de subida do ‘rating’ é precisamente Portugal”, acentuou.

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O responsável pela pasta das Finanças considera que “o sinal positivo na perspetiva da DBRS” reafirma a credibilidade do que foi a política económica seguida nos últimos anos pelo Governo, da estabilização do sistema financeiro, “que aliás é sublinhada em todas estas avaliações”, e de “uma verdadeira reforma estrutural”.

“Não é fácil de fazer, não tinha sido feita durante o período de ajustamento, e reflete-se nos juros, no baixo custo de financiamento da dívida portuguesa, e isso chega a todos — às empresas, às famílias -, permite investimento mais fácil, por ter menores custos. É exatamente disso que um país como Portugal, que está a convergir com a média da área do euro, precisa nesta fase”, observou.

Para Mário Centeno, o importante é perceber que aquilo que a agência de notação financeira valorizou na sua avaliação foi a trajetória do país.

“É uma trajetória de redução da dívida, de consolidação das contas públicas, e de um crescimento cada vez mais inclusivo. Estamos num período em que vamos colocar as opções de política económica para os próximos quatro anos, e aquilo que tenho reafirmado é que é o momento para que todos possam compreender o valor desta trajetória e todas as propostas que são feitas sejam avaliadas e ponderadas para sustentar a avaliação”, alertou.

A agência de notação financeira DBRS melhorou na sexta-feira a perspetiva do ‘rating’ de Portugal de estável para positiva, o que significa que pode subir o ‘rating’, que manteve em ‘BBB’, numa próxima avaliação.

No seu relatório, a DBRS justificou a melhoria na perspetiva do ‘rating’ de Portugal com a aproximação do défice orçamental do equilíbrio e a redução do rácio da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).

A agência de notação financeira salientou ainda a redução “significativa” do crédito malparado e a perspetiva de que, apesar do abrandamento, a economia portuguesa deverá crescer acima da média da zona euro.