O primeiro-ministro israelita prometeu no sábado anexar partes da Cisjordânia ocupada se for reeleito, uma dramática mudança de política, aparentemente visando unir sua base nacionalista na reta final das eleições legislativas marcadas para terça-feira.

No sábado, Netanyahu deu uma entrevista para a TV Channel 12 de Israel durante o horário nobre, onde fez os retrato das mudanças nas políticas dos EUA em Jerusalém e sobre os Montes Golã como suas conquistas, dizendo que conseguiu persuadir Donald Trump a tomar essas medidas.

O primeiro-ministro prometeu não desmantelar uma única colónia judaica e disse que Israel manteria o controlo do território a oeste do rio Jordão — a Cisjordânia. Mais de 600.000 israelitas vivem agora em terras conquistadas pela guerra, dois terços na Cisjordânia. O entrevistador perguntou por que razão ainda não havia anexado algumas das maiores colónias durante seu mandato atual.

A pergunta que você está a fazer é uma questão interessante, se vamos passar para o próximo estágio: e a resposta é sim”, afirmou, acrescentando que o próximo mandato seria decisivo.

“Vamos passar para o próximo estágio, a imposição da soberania israelita”, sublinhou. “Vou impor a soberania, mas não vou distinguir entre blocos de colónias e colónias isoladas”, explicou, acrescentando que não iria “transferir a soberania para os palestinianos”.

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Benjamin Netanyahu promoveu a expansão das colónias nos seus quatro mandatos como primeiro-ministro, mas até agora absteve-se de apresentar uma visão detalhada da Cisjordânia, vista pelos palestinianos como o ‘coração’ de um futuro Estado. Uma anexação israelita de grandes partes da Cisjordânia pode acabar com qualquer esperança de um acordo entre israelitas e palestinianos sobre os termos de um Estado palestiniano nas terras que estão nas mãos de Israel desde 1967.

A chamada solução de dois Estados tem sido a opção preferida da maioria da comunidade internacional. No entanto, a mediação intermitente dos EUA entre israelitas e palestinianos sofreu um novo revés depois do Presidente Donald Trump ter reconhecido Jerusalém como a capital de Israel no início de seu mandato.

Os palestinianos, que querem Jerusalém Oriental anexada por Israel como sua capital, suspenderam o contacto com os EUA.

Mais recentemente, Trump reconheceu a soberania israelita sobre os Montes Golã, um planalto que Israel tomou à Síria em 1967. A medida foi vista em Israel como um presente político de Trump a Netanyahu, que está a ser desafiado pelo ex-chefe militar Benny Gantz nas eleições legislativas.

As sondagens indicam que Netanyahu e Gantz estão muito próximos nas intenções de votos, mesmo assim com vantagem para o Partido Likud do atual primeiro-ministro. As sondagens preveem mais de 60 dos 120 assentos do parlamento para o Likud e partidos mais pequenos de direita e ultra-ortodoxos.