Mais de um quarto dos deputados (25,6%) acumula o cargo político com funções no setor privado, de acordo com dados avançados pela Secretaria-Geral do Parlamento ao Diário de Notícias. São as bancadas do PSD (39%) e do CDS (38%) as que têm uma maior proporção de representantes em regime de não exclusividade.

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No PS, 18% dos deputados trabalham no setor privado. O PCP tem apenas um representante nestas condições, o equivalente a 6% da sua bancada parlamentar. Já o Bloco de Esquerda, o Partido Ecologista “Os Verdes” e o PAN mantêm todos os deputados em regime de exclusividade.

Segundo o o docente e investigador André Freire, citado pela mesma publicação,as diferenças devem-se ao perfil político dos partidos. “O PS tem uma taxa de profissionalização política superior ao PSD“, explica.

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Dos 59 deputados portugueses em regime de não exclusividade, 20 trabalham como advogados. Signfica que um terço dos parlamentares a trabalhar no setor privado exercem funções na advocacia. Em todo o parlamento, 42 dos 230 deputados portugueses são advogados. Destes, quase metade (47,6%) escolhe acumular funções.

Também as profissões mantidas pelos deputados no setor privado variam dependendo da bancada parlamentar. “A relação com o mundo empresarial é mais forte à direita“, explica André Freire, garantindo que à esquerda “há uma maior presença de professores, de profissões mais ligadas ao universo cultural e artístico”.

Ao escolher trabalhar num regime de não exclusividade os deputados deixam de poder receber despesas de representação, o que implica uma diminuição de 370 euros no ordenado mensal. Um deputado que não acumule o trabalho parlamentar com funções no setor privado recebe 3994 euros brutos, valor reduzido para 3624 euros brutos quando em regime de não exclusividade. O salário mensal de todos os deputados sofre ainda um corte de 5%, devido a uma medida de redução de custos em vigor desde 2010.