A divulgação pública das 137 páginas da auditoria feita pela Baker Tilly ao clube, com todos os salários de todos os atletas das modalidades que não o futebol e funcionários, acabou por funcionar como gatilho para uma série de pedidos de Assembleia Geral Extaordinária do Sporting e da Sporting SAD. Ao todo, são pelo menos quatro, em cartas endereçadas a Rogério Alves e Bernardo Ayala. E a última das quais tem como subscritor o antigo presidente leonino, Bruno de Carvalho. Motivo apresentado? A fuga da auditoria, como os pedidos anteriores, e mais uma série de negócios e processos envolvendo a sociedade verde e branca.
Esta manhã, um conjunto de associados entre os quais João Trindade, antigo presidente do extinto Conselho Leonino; José Carlos Estorninho, ex-líder do Grupo Stromp; Subtil de Sousa, antigo dirigente no final da década de 80; e Fernando Carvalho, ex-membro do Conselho Fiscal e Disciplinar, enviou uma carta a Rogério Alves, atual número 1 da Assembleia Geral do clube, para, no contexto de um clube “mais fragmentado do que há dez meses”, convocar uma reunião magna e poder colocar em cima da mesa a possibilidade de amnistia de Bruno de Carvalho, expulso de sócio por decisão do Conselho Fiscal e Disciplinar.
“Não podemos continuar a considerar que liderar é suspender e expulsar sócios ou divulgar, via comunicação social e internet, a todos – incluindo aos nossos adversários – informações altamente confidenciais e sigilosas, cujo conhecimento por todos das mesmas nos coloca numa situação de pressão e fragilidade sem precedentes. Dos últimos três presidentes eleitos pelos sócios, um foi expulso, outro está suspenso e tem contra si um processo de expulsão e o terceiro está agora acossado por todos os lados. (… Todos os sportinguistas deveriam ser trazidos novamente para o seio do clube, para os camarotes e para as bancadas de Alvalade e do nosso Pavilhão, sem embargo de poderem continuar a defender as suas ideias em termos daquilo que considerem que deve ser a gestão do Sporting”, sublinhou a missiva assinada por apoiantes do antigo líder do Sporting. Agora, é o próprio Bruno de Carvalho a pedir uma AG Extraordinária mas da SAD, colocando várias questões em causa.
Logo a começar, e ainda a propósito da divulgação da auditoria feita pela Baker Tilly a SAD e clube, os quatro acionistas que assinam o pedido (além de Bruno de Carvalho, Alexandre Godinho, antigo vogal da Direção que também foi expulso; João Trindade e Fernando Carvalho) perguntam a razão pela qual não existem referências ao gabinete médico do futebol verde e branco e também o porquê de não se ter alargado esse trabalho a julho, agosto e início de setembro de 2018, quando a Comissão de Gestão liderada por Artur Torres Pereira (clube) e Sousa Cintra (SAD) esteve à frente dos destinos dos leões. Além disso, fala ainda da exposição dos ordenados de todos os atletas – que não existia em auditorias anteriores.
Num outro contexto, Bruno de Carvalho e os restantes signatários levantam questões sobre outros temas relacionados com a SAD verde e branca, nomeadamente o estado da reestruturação financeira (que tinha sido negociada pelo anterior elenco), o recente acordo com o fundo Apollo e as garantias para a manutenção da maioria da sociedade; o acordo assinado com o Wolverhampton por dois milhões de euros para entrada no mercado asiático; a rescisão com o treinador Sinisa Mihajlovic; e as condições pelas quais Battaglia, Bruno Fernandes e Bas Dost voltaram atrás e permaneceram em Alvalade.