O antigo primeiro-ministro francês François Fillon e a sua mulher, Penélope, vão ser julgados por corrupção no âmbito do caso de empregos fictícios que o político conservador e ex-candidato a Presidente terá concedido a familiares.

A notícia foi avançada pelo jornal Le Monde e confirmada à agência France-Presse por uma fonte da Justiça francesa.

Fillon, que chegou a ser candidato presidencial em 2017, foi alvo de acusações de que tinha pago à sua mulher e a dois dos seus três filhos mais de um milhão de euros, durante muitos anos, por cargos como assistentes de deputados, que não deveriam sequer ser remunerados.

O antigo primeiro-ministro negou ter agido de forma errada, mas as alegações atingiram fortemente a sua candidatura a Presidente.

De acordo com o jornal Le Monde, Fillon irá responder por “uso indevido de fundos públicos”, por “omissão de uso de fundos públicos” e por “abuso de bens públicos”, enquanto a sua mulher será julgada por cumplicidade nestes crimes.

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No banco dos réus estará também Marc Joulaud, deputado que substituiu Fillon no parlamento quando este se tornou ministro dos Assuntos Sociais de Jacques Chirac, e que contratou Penélope em maio de 2002.

O processo, de acordo com o mesmo jornal, poderá ter início no final deste ano.

O escândalo rebentou em janeiro de 2017, quando o semanário Le Canard Enchaîne revelou que Penélope e dois dos seus filhos, que não serão sujeitos a julgamento, tinham sido contratados com fundos públicos como assistentes de deputados sem que tivessem alguma vez exercido as funções.

Fillon, que foi chefe do Governo de Nicolas Sarkozy entre 2007 e 2012, era o candidato favorito nas presidenciais francesas em maio de 2017 até à publicação destas informações.

Ainda assim, manteve a sua candidatura, mas acabou por ser eliminado à primeira volta, tendo o atual Presidente, Emmanuel Macron, ganho na segunda volta à candidata da extrema direita Marine Le Pen.

A investigação decorreu entre fevereiro de 2017 e outubro de 2018, tendo o caso levado a que, em agosto de 2017, o parlamento francês tenha proibido os deputados de contratarem familiares como assistentes, medida que faz parte da lei de “moralização da vida pública”.