Se a presença de uma equipa portuguesa entre os quatro melhores na Liga dos Campeões parece ser um cabo cada vez mais difícil de dobrar (a última vez que tal aconteceu foi em 2004, quando o FC Porto de José Mourinho eliminou o Deportivo antes de bater na final o Mónaco), a realidade da Youth League é quase diametralmente oposta e, em seis edições da prova, houve um conjunto nacional na Final Four em quatro. Esta época, tal como na última, foram os azuis e brancos a chegar a essa fase, depois de dois anos em que o Benfica disputou as meias-finais (e a final). Ainda assim, nunca uma formação portuguesa ganhou a prova.

Logo na estreia, em 2014, os encarnados golearam o Real Madrid por 4-0 nas meias mas acabaram por perder no jogo decisivo com o Barcelona (3-0), numa equipa onde se destacavam nomes como Gonçalo Guedes, Nuno Santos, Hildeberto, Romário Baldé ou Alfaiate – nos catalães jogava o avançado Munir, que bisou na final. Três anos depois, após novo triunfo diante dos merengues no apuramento (4-2), novo desaire na decisão no conjunto que tinha João Félix, Rúben Dias, Gedson Fernandes, Florentino Luís ou Jota, desta feita com o Red Bull Salzburg (2-1). No ano passado, foi o FC Porto a chegar à Final Four mas perdeu nas grandes penalidades das meias com o Chelsea (2-2, 5-4), falhando aquela que seria a sua primeira final. No regresso às grandes decisões, esse era o objetivo do conjunto comandado agora por Mário Silva (que lidera o Campeonato em igualdade com o Benfica) e que foi alcançado e forma convincente, depois de um triunfo por 3-0 frente ao Hoffenheim.

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Até ao encontro desta tarde em Nyon, na Suíça (com a presença de muitos adeptos dos dragões, que se foram fazendo ouvir ao longo da partida), o FC Porto teve uma fase de grupos ao nível do principal conjunto, vencendo o grupo onde estavam Schalke 04, Lokomotiv Moscovo e Galatasaray com quatro triunfos e apenas um desaire, na Rússia. A eliminar, os azuis e brancos fizeram o mesmo caminho vitorioso, derrotando nos oitavos os ingleses do Tottenham (2-0) e nos quartos os dinamarqueses do Midtjylland (3-0). Seguia-se o Hoffenheim, uma das boas surpresas da presente temporada que eliminou o Manchester City nos grupos, o Dínamo Kiev nos oitavos e o Real Madrid nos quartos, com um triunfo por 4-2 que deixou os merengues fora da Final Four.

Um Diogo dá, outro tira, outro ameaça e outro falha: FC Porto perde nos penáltis nas meias da Youth League

O FC Porto até entrou melhor no encontro, jogando em zonas mais adiantadas do campo e beneficiando de uma oportunidade após livre lateral quando Diogo Leite não acreditou que Melayro Bogarde (sobrinho do antigo campeão europeu com passagens por Ajax, AC Milan, Barcelona e Chelsea) falhasse o corte. No entanto, seriam os alemães a assumir o controlo da partida com muito de estratégico por parte dos dragões, que tentavam tirar profundidade ao ataque contrário enquanto procuravam jogar em transições rápidas. Chances de perigo junto das balizas, zero. Até surgir o brilho de Romário Baró.

O médio ofensivo de 19 anos contratado pelos dragões ao Sacavenense após ter saído dos iniciados do Sporting aproveitou da melhor forma um livre perigoso perto do limite da área descaído para o lado esquerdo do ataque para inaugurar o marcador aos 39′, abrindo espaço a um final de primeira parte muito movimentado onde Francisco Meixedo – que foi titular face à ausência de Diogo Costa, em Portugal devido à lesão de Fabiano – fez a única defesa nos primeiros 45 minutos a remate de Onana e Ángel Torres perdeu uma oportunidade flagrante numa transição quando João Mário estava isolado na área (44′).

No segundo tempo, e quando se esperava uma reação por parte dos germânicos, foi o FC Porto a tomar conta do encontro e a ter as melhores oportunidades para fechar o encontro, quase sempre com os mesmos dois protagonistas em destaque: primeiro foi Romário Baró a testar a meia distância para boa defesa de Daniel Klein (56′), depois foi Fábio Silva a surgir isolado na área descaído sobre a direita para nova intervenção do guarda-redes alemão (60′). Os dragões estavam como queriam e, após uma bola na trave de Baró no seguimento de uma grande iniciativa de Ángel Torres, Fábio Silva quase fechou as contas com o segundo golo (78′). O jovem avançado iria ainda fazer a assistência para Tiago Matos apontar o 3-0 final aos 88′, com os dragões a garantirem lugar no encontro decisivo com o vencedor da outra meia-final entre Barcelona e Chelsea.