Dez dias depois de a Indonésia ter realizado as maiores eleições do mundo num só dia, a 17 de abril, as autoridades do país anunciaram a morte de mais de 270 trabalhadores eleitorais — a maioria terá sido vítima de doenças relacionadas com cansaço provocado pelas longas horas de trabalho a contar milhões de votos. De acordo com a BBC, foram estiveram cerca de sete milhões de pessoas na contagem manual de milhões de boletins de voto.
Nestas votações, que combinaram eleições presidenciais e parlamentares numa só, afluíram às urnas 80% do total de 193 milhões de eleitores, em que cada um teve de preencher até 5 boletins de voto em mais de 800 mil mesas de voto. Este gigantesco processo logístico acabou por custar vidas: até à noite de sábado, 26 de abril, 272 funcionários eleitorais morreram, revelou Arief Priyo Susanto, porta-voz da comissão eleitoral do país (KPU) no domingo, acrescentando que 1.878 adoeceram na sequência do excesso de trabalho.
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De acordo com o The Guardian, Susanto garante que o Ministério da Saúde do país está a assegurar todos os cuidados médicos aos doentes e que o Ministério das Finanças está diligenciar no sentido indemnizar as famílias das vítimas mortais.
O governo está a ser duramente criticado por combinar duas eleições numa só — presidenciais e parlamentares nacionais e regionais — com o objetivo de cortar custos. “O KPU não foi prudente na gestão da carga de trabalho do pessoal”, disse Ahmad Muzani, vice-presidente da campanha do candidato presidencial da oposição, Prabowo Subianto.
A contagem dos votos ainda não terminou e a comissão de eleitoral só anunciará os resultados a 22 de maio. Entretanto, tanto o presidente Joko Widodo quanto Prabowo Subianto declararam vitória, embora algumas contagens rápidas dos votos sugiram que Widodo tenha vencido a eleição por cerca de 9-10 pontos percentuais.