“A disputa sobre o pagamento de professores não levou a concessões notórias, o que realça a determinação do primeiro ministro António Costa, que continua a liderar nas sondagens, em manter-se num caminho orçamental prudente”, refere o banco alemão Commersbank num relatório diário.

A breve referência a Portugal é complementada pelas expectativas em relação ao leilão de obrigações desta quarta-feira. As taxas de juro da dívida portuguesa a 10 anos bateram um novo recorde, atingindo 1,143%, mas antes o banco já referia que tanto Portugal como a Alemanha iam ao mercado num dia em que a taxa de rendibilidade (ou “yield”) dos dois países está em mínimos históricos. “Vemos mais valor em Portugal”, garante o Commersbank.

Já no final da semana passada, os analistas do Commerzbank fizeram comentários sobre Portugal, mostrando confiança na estabilidade política nas próximas eleições e no andamento favorável da economia, das contas do Estado e dos juros da dívida pública.

Analista da Economist diz que direita não consegue lidar com sucesso de Costa

Ana Luís Andrade, a analista da Economist Inteliggence Unit que acompanha a economia portuguesa, entende que a ameaça de demissão de António Costa, por causa da polémica dos professores, foi “uma jogada política” que acabou por dar dividendos políticos. Em declarações ao jornal Eco, a economista acredita que “foi uma vitória clara” para António Costa, que “a opinião pública ficou do lado do PS” e que o Governo reforçou com a imagem de responsabilidade orçamental.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Os partidos à direita, na opinião da economista portuguesa, revelaram “falta de estratégia”. “Esta foi uma jogada que correu mal quer ao CDS quer ao PSD, o que só torna mais óbvia a dificuldade que os partidos à direita têm em lidar com o sucesso económico e orçamental de um partido de centro-esquerda“, afirmou ao ECO.

Em relação às eleições legislativas que se avizinham, a unidade de análise económica da revista britânica The Economist antevê “um pobre resultado eleitoral destes partidos”.

Moscovici elogia “posição sábia e firme” de Costa durante a crise política levantada pela carreira dos professores

Estas análises surgem depois de esta terça-feira o comissário europeu para os Assuntos Económicos ter elogiado António Costa na apresentação das Previsões de Primavera. Pierre Moscovici disse que “António Costa teve uma posição sábia e firme”.

“Não temos nenhuma razão para modificar a nossa avaliação sobre a economia portuguesa”, acrescentou Moscovici.