O físico português Gaspar Barreira morreu na última noite, aos 79 anos, revelou este sábado o presidente do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP), Mário Pimenta. Numa comunicação, Mário Pimenta salientou que Gaspar Barreira deixou “um imenso legado de visão, resistência e resiliência”.

A morte do físico português foi também anunciada na página na Internet da instituição, que Gaspar Barreiras ajudou a fundar. “Trabalhou como poucos na construção de um Portugal onde Conhecimento, Liberdade e Racionalidade foram decisivos, antes e depois da Revolução de 25 de abril de 1974”, evidenciou.

Gaspar Barreira foi um dos fundadores do LIP e, ao longo dos últimos 30 anos, “dedicou-lhe grande parte de sua imensa energia”, acrescentou.

“O seu último grande projeto e entusiasmo, a instalação em Portugal de um centro de tratamento e pesquisa para terapia do cancro com ‘prótons’, ainda não foi realizado. Por isso, vamos nos esforçar”, acrescentou.

Gaspar Barreira nasceu em Braga a 04 de maio de 1940 e estudou Física e Matemática na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Na sequência da entrada de Portugal para o CERN como membro de pleno direito, criou em 1986, juntamente com Mariano Gago, o LIP, uma associação científica com delegações em Lisboa e Coimbra, que realiza investigação no campo da física experimental de altas energias e da instrumentação associada, colaborando com diversas entidades internacionais.

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Gaspar Barreira foi representante oficial de Portugal em diversas organizações científicas internacionais, tendo coordenado diferentes programas de cooperação científica e tecnológica internacional.

Em 2006 recebeu a Ordem do Infante D. Henriques pelo seu contributo para a internacionalização da Investigação Científica Portuguesa. Numa mensagem, a diretora geral do CERN, Fabiola Gianotti, diz-se “profundamente chocada”.

“Estou muito triste. Perdemos um grande amigo do CERN e da física de partículas, um cientista excelente e uma pessoa verdadeiramente única”, acrescentou.