Um cadete Escola Naval, de 22 anos, morreu esta manhã de terça-feira depois de desmaiar durante uma prova de corta mato realizada na Base Naval de Lisboa, em Almada, no âmbito de uma aula de educação física, avançou a agência Lusa. O porta-voz da Marinha, o comandante Pereira da Fonseca, afastou excessos e garantiu ao Observador que esta era uma prova normal e feita regularmente e que a vítima tinha todos os exames em dia.
O exercício iniciou-se pelas 8h30 — “Estavam 18º graus“, apontou a mesma fonte — e consistia numa prova de corta-mato de seis quilómetros que “tem uma parte de pinhal e tem partes que passam ao pé das edificações”. O percurso estava a ser vigiado por 10 militares dispostos ao longo dos quilómetros, com uma viatura de apoio.
Este cadete, quando chegou ao quilómetro quinto, desfaleceu. Isto aconteceu às 8h55. Os outros cadetes e os monitores que estavam a acompanhar a prova e um oficial que praticava desporto naquele local prestaram apoio imediato”, disse o porta-voz ao Observador.
O jovem foi de imediato transportado para o Centro de Medicina Naval através da viatura de apoio — nesta altura, ainda respirava. “Estava lá uma equipa médica que lhe prestou suporte avançado de vida. Isto aconteceu às 8h55 e às 9h00 ele estava a receber suporte médico de vida. Chegou o INEM. Continuaram com as manobras de reanimação”, continuou. O cadete foi posteriormente transportado para o hospital de S. José, em Lisboa, e apesar de todas as tentativas, foi declarado o óbito às 10h40.
A Marinha vai avançar com um processo de averiguações à morte do jovem. “Já foi efetuada a participação da ocorrência e a Marinha vai nomear ainda esta terça-feira um oficial averiguante para conduzir o processo de averiguações”, disse à Lusa o comandante Pereira da Fonseca.
Cadete era atleta e tinha feito exames recentemente
Questionado sobre se esta é uma prova normal e regular, o porta-voz da Marinha garantiu que se trata de “uma prova que eles fazem regularmente e que avalia essa condição física”. O comandante explicou ainda que, naquele momento, a prova estava a ser realizada por 22 cadetes — entre eles, duas raparigas. A vítima era um atleta e tinha os exames em dia, explicou o comandante:
Estes cadetes estiveram agora em Cabo Verde e fizeram os exames médicos todos: preparação sanitária, eletrocardiograma.”
O cadete, do 4º ano da Escola Naval, frequentava o curso de Engenharia Naval – Ramo de Armas e Eletrónica. Os familiares foram contactados de imediato e estão a receber apoio psicológico. “[Os familiares] estão no hospital ainda. Estamos a dar-lhe apoio psicológico, com dois psicólogos, tanto aos familiares como aos cadetes — todo o apoio que podemos dar”, disse o comandante, acrescentando: “Estão transtornados com a situação. O ambiente que se vive na Escola Naval é um ambiente de camaradagem, com uma ligação muito estreita entre eles e como é óbvio isto é muito complicado”.