O presidente da Câmara do Porto afirmou na terça-feira na Assembleia Municipal que, além de “problemas sociais”, os bairros municipais refletem problemas de “policiamento”, “proteção” e de “incumprimento das regras mínimas de convivência” no espaço público.
“É evidente que há problemas sociais e nós estamos muito interessados em ajudar a resolver nos problemas sociais, mas não é só isso, há um problema policial, há um problema de proteção, de segurança e de absoluto incumprimento das regras mínimas de convivência do espaço publico”, afirmou o autarca quando confrontado pelo deputado comunista Rui Sá sobre o alargamento do “problema do tráfico de droga” a outros bairros da cidade.
Segundo o deputado da Coligação Democrática Unitária (CDU), a demolição do bairro do Aleixo fez com que o tráfico de droga “se transferisse para outros”, situação que, segundo Rui Sá, “era previsível”.
Durante a sua intervenção, o deputado comunista defendeu por isso a implementação de um “programa social integrado” nos bairros municipais, cujo objetivo passa por envolver as populações com a “as associações e coletividades e com a constituição de equipas pluridisciplinares municipais”. Tudo isto, em “conjunto” com o “necessário reforço do policiamento de proximidade”, frisou o deputado.
Em contrapartida, Rui Moreira salientou que esta situação não se resolve “através de ações sociais”, adiantando ser uma “necessidade absoluta” lutar por uma “vizinhança em que existam exemplos”.
Durante a Assembleia Municipal, o autarca foi também questionado pelo deputado do Bloco de Esquerda (BE), Pedro Lourenço, sobre o acordo que a Câmara do Municipal do Porto tem com o Fundbox, entidade gestora do Inversurb, o Fundo Especial de Investimento Imobiliário criado em 2010 para gerir o projeto do Bairro do Aleixo.
“Falei com os participantes do fundo e achamos que neste tempo diferente em que a cidade vive seria interessante extinguir o fundo do Aleixo, pagar as devidas compensações aos privados que fizeram investimento”, afirmou Rui Moreira, adiantando que essa solução “permitiria à câmara avançar com um programa de pormenor e para o modelo integrado”.
“Sucede porém que há um dos participantes do fundo que não vota, que é a Rio Forte e há um outro dos participantes que não está interessado nesta proposta. Portanto, a câmara não tem nenhuma forma de o fazer”, sublinhou, acrescentando que o executivo vai “garantir” o cumprimento do contrato.
Já a 7 de junho, quando contactado pela Lusa, o administrador-delegado da Fundbox, Manuel Monteiro de Andrade, afirmou que o contrato com o município do Porto vai ser “escrupulosamente cumprido”, pelo que “a obra nos antigos terrenos do Bairro do Aleixo, só avançam, a partir do momento, que for entregue a última habitação social que conste do contrato”.