Na apresentação da programação para o Teatro Rivoli e para o Teatro Campo Alegre, Tiago Guedes, o diretor artístico do Teatro Municipal do Porto, anunciou um total de 138 récitas, com 68 espetáculos, 10 dos quais vão ser estreias nacionais.
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, fez um balanço dos últimos 5 anos de atividade, que conta desde a reabertura em 2014. Segundo o presidente, no final desta temporada, o Teatro Municipal do Porto vai ter recebido mais de 600 mil espectadores nos mais de 570 espetáculos. Sobre o ano corrente, o autarca fala ainda de um aumento de 15% de espectadores em comparação com a temporada de 2017/2018.
A nova temporada começa em setembro e celebra os 5 anos da sua reabertura em 2014. O arranque está marcado para o dia 27 de setembro com a estreia nacional de “La Fiesta” do espanhol Israel Galvan, um dos grandes inovadores do flamenco.
Para continuar as festividades, segue-se “Party” a 28 e 29 de setembro, da companhia Estrutura. Os fundadores Cátia Pinheiro e José Nunes dizem ter em mente uma “festa de aniversário em formato performativo”, assinalando também os dez anos da companhia de teatro.
Em destaque está também o ciclo de conferências “Modos de Ocupar”, com a curadoria e moderação do jornalista Pedro Santos Guerreiro. Vão ser 4 conferências, espalhadas por outubro (23), novembro (13), dezembro (15) e fevereiro (19), que se debruçam sobre temas que vão desde o pós-colonialismo à arte.
A 30 e 31 de outubro, “Worst of” do Teatro Praga vai levar a palco obras canónicas da história do teatro português. Esta é uma coprodução do Teatro Municipal do Porto juntamente com o Teatro Nacional Dona Maria II de Lisboa. Segundo Tiago Guedes, trata-se de um olhar “impiedoso” sobre o “atraso crónico do teatro português em comparação com as outras artes”.
A encenadora Sara Carinhas, que se estreou como atriz em 2003, regressa ao Teatro Municipal do Porto a 22 e 23 de novembro com “Limbo”, uma peça de teatro que gira em volta da violência, da maldade e do medo, numa “tentativa de responder ao estado do mundo”, explorando a ideia de “sítio de chegada” e a realidade dos refugiados. “Numa altura em que salvar vidas pode ser crime, este espetáculo coloca-nos um espelho à frente”, diz o diretor artístico do teatro.
As atenções foram levadas também para a estreia nacional de “Ordinary People” de Wen Hui e Jana Svobodová. Este espetáculo tenta aproximar o teatro documental à dança, assim como a China à República Checa. A 30 de novembro, “Ordinary People” vai tentar mostrar quem são as pessoas comuns que os líderes políticos dizem representar.
Pelo Teatro Municipal do Porto vai ainda passar a Companhia Nacional de Bailado, juntamente com o holandês Hans van Manen. De 9 a 11 de janeiro, vão ser apresentadas três peças curtas, “Adagio Hammerklavier” de Beethoven, “Short Cut” de Jacob Ter Veldhuis e “In the Future” do próprio coreógrafo Hans van Manen.
Boris Charmatz estreia a 15 de fevereiro “uma floresta coreográfica” com “1000 Gestes”, onde explora a natureza efémera da dança. Nesta coreografia, nenhum gesto é repetido.
O Teatro Municipal do Porto vai coproduzir a mais nova versão musical de “A Menina do Mar” da autoria de Sophia de Mello Breyner Andersen. Esta peça foi escrita por Edward Luiz Ayres d’Abreu, Ricardo Neves-Neves e Martim Sousa Tavares, neto da autora. Duarte Pereira Martins, representante dos autores, disse que este é um espetáculo “dirigido a um público mais jovem, mas é dedicado a todos”.
Além destas produções, existem ainda as parcerias que o Teatro Municipal do Porto vai continuar a promover, entre elas o Queer Porto, o Porto/Post/Doc, o Festival Porta-Jazz e o Fantasporto e a primeira Porto Design Biennale. Os espetáculos “Understage”, em coprodução com a Amplificasom, Lovers & Lollypops e Matéria P,rima arrancam esta temporada com a Favela Discos a 27 de setembro.
O programa apresentado esta quinta feira também mostra os planos para o 88.º aniversário do Teatro Rivoli, uma celebração descrita pelo presidente da Câmara do Porto como “uma festa para a cidade” nos dias 16, 18 e 19 de janeiro.
Tiago Guedes anunciou ainda a subida da tabela de preços dos espetáculos. Desta forma, os bilhetes de espetáculos internacionais no Grande Auditório e Auditório Campo Alegre sobem de 10 para 12 euros e os bilhetes de espetáculos nacionais passam a custar 9 euros em vez de 7,50. Já os bilhetes no RIVOLI Pequeno Auditório e outros espaços reduzidos sobem de 5 euros para 7 euros.