Entre esta terça-feira e 18 de maio, dia em que recordou a morte de um adepto do Sporting na final da Taça de Portugal frente ao Benfica em 1996 com um very light, Bruno de Carvalho, antigo presidente do clube, fez apenas uma publicação na conta oficial do Facebook e com um propósito muito concreto: revelar em termos públicos a carta que tinha assinado com Alexandre Godinho, ex-vogal dos leões, e remetido para o líder da Mesa da Assembleia Geral, Rogério Alves, a propósito da reunião magna extraordinária do próximo sábado onde será deliberada a sua expulsão de sócio pelos associados verde e brancos. Esta terça-feira, ao longo do dia, escreveu dois textos acompanhados da imagem de comunicados para explicar os diferentes motivos para não ir ao Pavilhão João Rocha.

Oficial: Bruno de Carvalho expulso de sócio do Sporting (com hipótese de recurso para AG)

No primeiro texto, o antigo número 1 do clube de Alvalade argumenta que não esteve presente na última Assembleia Geral onde foi votado o orçamento para o exercício 2019/20 porque “foi indevidamente vedado o acesso à mesma”. “Questionei o Sporting sobre a minha situação de associado pois mantém-se a designação de ‘suspenso’ apesar de já estar suspenso há cerca de 13 meses, quando o castigo aplicado era apenas de 12. Perante este pedido de esclarecimento, o Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) respondeu que ‘ainda não cumpriu a pena de suspensão de 12 meses aplicada pela anterior Comissão de Fiscalização, notificada a 2 de Agosto de 2018. Não existindo qualquer disposição legal, estatutária ou regulamentar que permita efetuar um desconto no cumprimento da pena de suspensão, permanece suspenso até ao cumprimento integral da pena'”, justificou.

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“É lamentável que um CFD constituído por antigos juízes e advogados não tenham o conhecimento que, apesar da pena de suspensão de 12 meses me ter sido notificada a 2 de agosto de 2018, que já estava suspenso preventivamente desde o dia 13 de junho de 2018 (…) Com esta interpretação, contrária à lei, na prática o CFD está a aplicar uma pena de cerca de 14 meses e não a pena de 12 meses que foi a decidida”, finalizou no texto onde explicou a ausência da reunião do passado sábado.

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Cinco horas depois, Bruno de Carvalho publicou novo texto onde abordou as razões para não marcar presença na Assembleia Geral do próximo sábado em Alvalade, onde será votada a sua expulsão de sócio do clube verde e branco. “Os procedimentos a adotar na próxima Assembleia Geral do dia 6 de julho ferem, mais uma vez, os estatutos, os regulamentos e a lei, contrariando completamente todas as regras basilares de um Estado livre, democrático e de direito”, defendeu, a propósito da possibilidade de haver sócios a votar ainda antes de ter exercido os 15 minutos a que teria direito para falar em sua defesa perante os associados.

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“É inequívoco que o regulamento da AG prevê uma ordem muito clara, iniciando-se com as formalidades, seguida das intervenções dos associados – onde se inclui a discussão dos pontos e só depois destes momentos estarem concluídos se procede à abertura das urnas e consequente votação. Termino pedindo a todos os associados do Sporting que se mobilizem tornando esta AG numa das mais concorridas de sempre da história do clube. Que na AG, de forma ordeira e responsável, exijam o cumprimento dos estatutos, regulamentos e da lei. Que discutam de forma pormenorizada e elevada o ponto em questão e que cada um decida de forma livre, justa e consciente o que considera ser o melhor para o Sporting”, rematou Bruno de Carvalho, que já tinha falhado a presença na reunião extraordinária de 15 de dezembro pelas mesmas razões agora invocadas.

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