O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, António Silva Ribeiro, disse esta quarta-feira à agência Lusa que Portugal poderá enviar seis militares e um avião C-295 da Força Aérea para o Mali durante seis meses no próximo ano.

O almirante António Silva Ribeiro declarou à Lusa que Portugal vai manter no próximo ano e, possivelmente, reforçar a presença na Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali (MINUSMA), que conta com dois oficiais portugueses no quartel-general.

“Tudo indica que, se for aprovado, Portugal terá de 15 de maio a 15 de novembro, um reforço com a presença de um avião C-295 da Força Aérea e de seis militares” para o apoio à MINUSMA, declarou António Silva Ribeiro, em entrevista à Lusa na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque.

O CEMGFA acrescentou que Portugal vai manter também a presença na Missão das Nações Unidas na República Centro-Africana (MINUSCA) e ainda os três observadores na Colômbia, no quadro da Missão de Verificação das Nações Unidas na Colômbia.

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O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou em 28 de junho a extensão do mandato da sua missão no Mali por mais um ano, para combater a violência no centro do país e restabelecer a autoridade governamental.

A MINUSMA foi estabelecida em 2013 e tem sido a mais mortífera entre as missões lideradas pela ONU, com 185 vítimas mortais entre os capacetes azuis.

A resolução adotada pelo Conselho de Segurança da ONU sublinhou que a principal missão dos 16.000 operacionais destacados naquele país – a MINUSMA – continua a ser a implementação de um acordo de paz assinado em 2015.

O Mali tem sido palco de agitação desde 2012, motivada por uma insurreição liderada por soldados rebeldes com o objetivo de derrubar o Presidente.

As consequências destes eventos conduziram ao surgimento de forças ‘jihadistas’ no território maliano, apenas afastados do poder em 2013, após uma guerra liderada por França.

Ainda assim, a presença de ‘jihadistas’ mantém-se no centro do país, e a nação situada na África Ocidental continua sob ameaça de grupos associados à Al-Qaeda e ao autoproclamado Estado Islâmico (EI), que em 2015 abandonaram o árido norte do país para a região central, mais povoada.

A resolução aprovada apontava preocupação com as perdas da MINUSMA, pedindo um aumento das forças que a integram, assim como um treino mais apropriado.