Aos 58 anos, Igor Rausis estava no top 100 mundial de xadrez, quando foi apanhado a fazer batota na terceira ronda de um torneiro em Estrasburgo. Foi fotografado na casa de banho enquanto utilizava o telemóvel no decorrer de uma partida. Para além de jogador, Rausis também era árbitro da Federação Internacional, o que agrava a situação.
A Polícia francesa ficou responsável pelo caso e, segundo avança o ABC, o jogador admitiu que “perdeu a cabeça”. Esta situação explica a sua ascensão na classificação mundial — surpreendente para a idade.
No entanto, o caso de Rausis não é o primeiro. Em 2015, Gaioz Nigalidze foi expulso do campeonato que disputava na altura e estava prevista uma suspensão da modalidade por 15 anos. O georgiano também foi apanhado a fazer batota na casa de banho, com recurso ao telemóvel para consultar uma aplicação de análise de jogadas.
A questão dos telemóveis no xadrez tem sido muito discutida. Nos torneios de elite, os jogadores passam por um controlo eletrónico e os telemóveis são proibidos. No entanto, nos torneios onde jogam profissionais e amadores, o controlo é menos apertado e, por isso, Rausis conseguir utilizar o seu telemóvel.
O organismo internacional que regula a ética e o fair-play no xadrez, a FIDE, comprometeu-se a aplicar castigos severos contra qualquer tipo de fraude. Para tal, o mestre Kennethe Regan criou um algoritmo anti-fraude no xadrez, que deteta a possível utilização de meios tecnológicos no auxílio ao jogador.
Yuri Garrett, responsável pela captura das fotografias, afirmou que foi um grande dia para o xadrez, que continua a lutar contra fraudes e zelar pela integridade do desporto, adianta o ABC.