O líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, afirmou este domingo que o PS vai perder as eleições no arquipélago porque “ninguém é masoquista”, numa intervenção em que rejeitou a proposta socialista para criar um conselho de concertação das autonomias.
É o que faltava. A autonomia da Madeira é dos madeirenses, a autonomia tem órgãos próprios, tem a Assembleia [Legislativa] e tem o governo”, disse Miguel Albuquerque, na festa do PSD, no Chão da Lagoa, nas serras do Funchal, realçando que não aceita “enquadrar, armadilhar, e enclausurar” o regime autonómico.
A criação de um conselho de concertação das autonomias é uma das propostas do programa eleitoral do PS ao nível nacional.
“Rejeitamos a proposta de António Costa”, disse, classificando-a de “proposta manhosa” e sublinhando que a autonomia vai continuar a ser dos madeirenses no “presente e no futuro”.
O líder social-democrata madeirense assegurou, por outro lado, que o PS vai sofrer a segunda e terceira derrotas eleitorais na Madeira – regionais de 22 de setembro e nacionais de 06 de outubro – depois de ter já perdido as europeias na região.
Ninguém é masoquista para votar nos serventuários do centralismo, ninguém é masoquista nesta terra para entregar o poder a um bando de incompetentes que hão de dar cabo do progresso da Região Autónoma da Madeira”, sustentou.
O comício no Chão da Lagoa, onde decorre a maior festa ao nível nacional do PSD, contou com a presença do líder do partido, Rui Rio, e também do ex-presidente do governo da Madeira e do partido na região, Alberto João Jardim, que uma vez mais se recusou a subir ao palco, permanecendo entre os militantes e apoiantes na assistência.
“Vamos ganhar porque o nosso povo é um povo lúcido”, disse Miguel Albuquerque, reforçando: “O nosso povo conhece a sua história, sabe que Madeira foi durante mais de 500 anos discriminada e explorada pelo poder colonial de Lisboa, sabe que nós, em duas gerações, o nosso partido, os sociais-democratas, transformaram uma das regiões mais atrasadas da Europa e de Portugal numa das mais desenvolvidas e prósperas”.
Entre vivas à “Madeira livre” e declarações de “abaixo o colonialismo”, Miguel Albuquerque atacou os “empregados” de António Costa no arquipélago, acusando-os de que “nem uma cidade sabem limpar”, numa referência à Câmara Municipal do Funchal, liderada pela coligação Confiança (PS/BE/PDR/Nós, Cidadãos!).
Querem assumir o poder na Madeira, para voltar a ser Lisboa, como no passado e durante séculos, a mandar na nossa terra, a violar sistematicamente os direitos e as liberdades dos madeirenses, a pôr os madeirenses novamente a ser mandados pelo Terreiro do Paço”, disse.
O líder do PSD garantiu, no entanto, que “vão ser derrotados” e de “forma concludente”, lembrando que o executivo regional, a que preside desde 2015 e ao qual se recandidatada para um segundo mandato, cumpriu “integralmente” os compromissos assumidos com a população.
Albuquerque vincou que o PSD, na Madeira, é uma força “única e imbatível”, ao passo que no continente, segundo disse, Rui Rio tem pela frente uma “luta titânica” contra a esquerda que “quer manter o país enganado”.