O Sindicato Nacional dos Motoristas das Matérias Perigosas (SNMMP) pediu ao Governo uma nova reunião para evitar a paralisação de dia 12 de agosto. Mas a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) ainda não recebeu nenhuma notificação. E deixa um aviso: só volta a sentar-se à mesa com os sindicatos se for retirado o pré-aviso de greve.

Esta quarta-feira, o porta-voz do sindicato, Pedro Pardal Henriques, anunciou que pediu ao Governo uma nova reunião. O objetivo é “procurar consenso e evitar a greve”, disse, em entrevista à RTP3. “Há sempre a hipótese de a greve ser desconvocada, estamos sempre dispostos a negociar”, garantiu. Segundo Pardal Henriques, “a reunião foi informalmente aceite pelo Ministério das Infraestruturas” e deverá realizar-se na próxima segunda-feira, dia 5 de agosto.

Contactado pelo Observador, André Matias de Almeida, porta-voz da associação patronal, garante que ainda não foram notificados. E mesmo que tal venha a acontecer, “a ANTRAM não negoceia com pré-avisos em cima da mesa”.  “Isso é uma forma de pressão inaceitável e em modo chantagem”, disse o também advogado, argumentando que, se o sindicato “quisesse mesmo parar a greve”, poderia ativar um mecanismo previsto na lei: “a conciliação”.

Para André Matias de Almeida, “tudo isto não passa de mais uma manobra de diversão para tentar ganhar opinião pública”. “Neste momento o SNMMP ainda não conhece as propostas da ANTRAM e estamos com um pré-aviso de greve e uma greve à porta.”

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O Observador tentou contactar o ministério das Infraestruturas e da Habitação, mas sem sucesso.

ANTRAM pede ao Governo para declarar como ilícita a greve do STRUN

Num ofício enviado à Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), a ANTRAM pede que seja anulado o pré-aviso de greve apresentado pelo Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN) no dia 26 de julho ou, caso tal não aconteça, “que a greve seja declarada ilícita”.

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Segundo a ANTRAM, “na declaração de greve sustentada no pré-aviso de greve apresentado não resulta de nenhuma forma clara ou minimamente percetível o que é que esteve na origem da decisão da realização da greve, seus motivos e o que se pretende obter com a mesma”. A associação patronal “estranha” mesmo a entrega do pré-aviso de greve pelo STRUN, que pertence à FECTRANS, com quem prosseguem as negociações.

Alem disso, “o aviso prévio deve conter uma proposta de serviços mínimos”, o que, argumentam, não acontece neste caso. A greve “deve ser considerada ilícita”, pelo que “aos trabalhadores aderentes deverá ser aplicado o regime de faltas injustificadas”.