O julgamento do magnata norte-americano Jeffrey Epstein, acusado de abuso de menores, poderá iniciar-se entre junho e setembro de 2020, informaram esta quarta-feira vários órgãos de comunicação norte-americanos.
Num encontro com o juiz Richard Berman, a procuradoria defendeu que o processo deve iniciar-se rapidamente devido ao interesse do público pelo caso, informou o diário Courthouse, especializado em questões jurídicas e tribunais.
Jeffrey Epstein, o milionário amigo de Trump, foi detido por acusações de tráfico sexual de menores
A defesa do magnata, que se encontra em prisão preventiva, solicitou que o julgamento se inicie em setembro de 2020 devido à sua complexidade. Berman convocou as duas partes para discutir a possível agenda do processo, incluindo o seu início.
Segundo o diário, o juiz convocou um novo encontro para 28 de outubro, onde vai continuar a escutar os argumentos da procuradoria e da defesa.
Epstein, 66 anos, compareceu esta quarta-feira perante o juiz pela primeira vez desde que foi encontrado semi-inconsciente na cela da prisão de Nova Iorque, com ferimentos no pescoço. No entanto, diversos media indicaram que as marcas não eram totalmente visíveis no pescoço do indiciado, que parecia encontrar-se bem de saúde.
Jeffrey Epstein encontrado com marcas no pescoço na prisão de Nova Iorque
O canal CNBC informou que antes do incidente ocorrido da sua cela, com a suspeita de tentativa de suicídio, Epstein recebeu vários documentos legais nos quais uma adolescente de 15 anos denuncia ter sido violada pelo magnata na sua mansão. Dias antes, o juiz tinha negado o pedido de Epstein para ser colocado em prisão domiciliária, até ao início do julgamento. Acusado de tráfico sexual de menores, poderá ser condenado a prisão perpétua.
De acordo com a procuradoria do distrito sul de Manhattan, Epstein criou, há mais de uma década, uma rede para abusar de dezenas de meninas na sua mansão de Nova Iorque, e numa outra situada na Florida.
O magnata já enfrentou acusações similares na Florida, mas em 2008 alcançou um acordo extraoficial com a procuradoria para o fim da investigação, tendo cumprido 13 meses de prisão e alcançado um acordo económico com as vítimas.
O acordo foi supervisionado pelo então procurador de Miami, Alexander Acosta, que foi posteriormente nomeado secretário do Trabalho pelo Presidente dos EUA Donald Trump, e que foi forçado a renunciar do cargo devido às críticas emitidas na sequência da nova detenção de Epstein.