Os protestos do movimento contra o projeto de lei da extradição, que desde o início de junho têm levado a milhões de pessoas a saírem às ruas de Hong Kong, já não contam apenas com os habituais cartazes ou panfletos com mensagens. Os manifestantes estão também a fazer tatuagens como forma de ilustrar e simbolizar a sua luta, conta a CNN.
Uma das imagens mais tatuadas é a flor Bauhinia, escolhida como o emblema oficial de Hong Kong, bem como dois caracteres chineses que significam “Hong Kong”. Um tatuador, acrescenta a CNN, chegou a oferecer tatuagens com os temas desta manifestação a cerca de 100 pessoas. E conta: alguns curiosos foram simplesmente atraídos pelo desenho, mas outros viram um significado especial naquela imagem.
Outra tatuagem que se tornou popular como símbolo da luta pela democracia foi a de um olho com uma lágrima vermelha, que começou a ser utilizada depois de um manifestante ter ficado gravemente ferido nos protestos a 11 de agosto. Segundo os manifestantes, a polícia atingiu a pessoa em questão, uma ação que provocou grande indignação e levou a que no dia seguinte os manifestantes tivessem ocupado o aeroporto internacional da cidade com uma pala num olho e a segurar cartazes que criticavam a violência das autoridades.
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“Uma parte disto é que quero lembrar a escuridão em Hong Kong, mas outra parte é o sacrifício e o esforço feito”, escreveu uma utilizadora chamada “Cjai” numa mensagem no Instagram. Há também tatuagens com a imagem dos guarda-chuvas, que se tornaram num símbolo dos protestos. Muitos dos que optaram por este desenho encaram o guarda-chuva como um escudo contra o gás lacrimogéneo e a polícia de intervenção. O guarda-chuva tem sido, aliás, um dos símbolos mais marcantes destas manifestações.
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A lista de desenhos continua: tatuagens em chinês que dizem “Nunca desistas”, tatuagens dos capacetes de proteção utilizados nos protestos e até mesmo uma mulher com uma máscara de gás a proteger-se do gás lacrimogéneo lançado pelas autoridades para fazer dispersar os manifestantes.
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Hong Kong tem sido palco de protestos há mais de dois meses, marcados por violentos confrontos entre manifestantes e a polícia, que tem usado balas de borracha, gás pimenta e gás lacrimogéneo. A 1 de julho, alguns manifestantes chegaram mesmo a invadir o Parlamento de Hong Kong. A Frente Cívica de Direitos Humanos, movimento que tem liderado os protestos pró-democracia, sublinha que o grande objetivo passa por garantir o sufrágio universal no território.
Os protestos focaram-se inicialmente na rejeição das emendas propostas pelo Governo à lei da extradição, que permitiria a extradição de suspeitos para a China, mas a lista de reivindicações tem sido aumentada: além da retirada definitiva da lei da extradição, exigem também a libertação dos manifestantes detidos, que as ações dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial, a demissão da chefe do Executivo, Carrie Lam, e sufrágio universal nas eleições para chefe do Executivo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.