São sobretudo portugueses que acedem à internet em praças, ruas e autocarros para obter informação sobre a cidade, eventos culturais, trânsito e mobilidade. Eis o perfil do utilizador da rede pública Wi-Fi no Porto, projeto em vigor desde 2018. A Associação Porto Digital, em parceria com a Câmara Municipal do Porto, já permitiu que 300 mil pessoas utilizassem esta rede pública e o objetivo é expandir o serviço.
O processo de implementação foi realizado em duas fases e “deverá estar terminado em 2020”, avança Paulo Calçada, administrador executivo da Associação Porto Digital. Na primeira etapa, iniciada em 2018, “foi feita uma completa reorganização e modernização da estrutura e equipamentos existentes, tendo já sido feito um investimento inicial na expansão da rede, nomeadamente na zona central da cidade e na zona das praias, em parceria com a Empresa Municipal Águas do Porto”.
Como resultado do arranque, “o número de novos dispositivos mensais ligados à rede quase que triplicou, tendo atingido um valor máximo de 140 mil novas ligações”. Em termos de utilização mensal, o número de utilizadores, considerando os novos dispositivos e os dispositivos que se ligam regularmente, encontra-se perto dos 300 mil e, desde o início do processo de reorganização, a rede suportou perto de 1,5 milhões de dispositivos.
O estudo realizado pela Associação Porto Digital juntou mais 83 mil utilizadores e teve como objetivo avaliar quem, como e por que razões as pessoas recorrem a esta rede, de modo a fornecer informação ao município para melhorar e expandir o serviço.
“A análise teve a duração de dois meses e os resultados deste trabalho serão usados no processo de desenvolvimento e expansão da rede que está a ser realizado pela Associação Porto Digital”, avança Paulo Calçada, administrador executivo.
Segundo os dados concluídos, a grande maioria dos utilizadores partilharam que estavam a utilizar a rede pela primeira vez e cerca de 20% dos inquiridos admitiram precisar dela para trabalhar e estudar. “O estudo aponta ainda que as ruas e praças são os locais mais procurados para aceder à internet, que se destaca entre os utilizadores pela velocidade — mais de 60% dos inquiridos apontou esta característica como a que mais valorizam”, revelou a autarquia no site oficial.
Sendo a principal finalidade dos utilizadores o acesso a informação sobre a cidade (56%), questionados sobre o tipo de informação que gostariam de ter acesso após aceder à rede Wi-Fi, 45% dos participantes neste estudo apontaram os “Eventos Culturais” como escolha prioritária, seguida da informação de “Trânsito e mobilidade” (32%).
Segundo o Público, “entre janeiro de 2018 e julho de 2019, foram os portugueses (36%) quem mais acedeu à internet a partir da Porto Digital, seguidos dos ingleses (17%) e espanhóis (7%)”. Ainda sobre os dados recolhidos, o mesmo jornal afirma que “180 mil estudantes de mais de 3400 instituições” usaram o serviço instalado em estabelecimentos de ensino desde janeiro de 2018. Os alunos da Universidade do Porto estão no pódio dos utilizadores, seguidos do Politécnico do Porto.
O administrador da Porto Digital avançou que na segunda fase do projeto, a iniciar ainda este mês de setembro, a rede implementará o conceito de “conectividade imersiva” e será feita uma aposta na expansão significativa da cobertura e na disponibilização de serviços inovadores. De forma a que a rede pública seja ainda mais acessível que estão de passagem, o projeto de expansão e melhoria vai contar com o apoio do Turismo de Portugal e da Associação de Turismo do Porto. A Porto Digital é uma associação privada criada em 2014, que atualmente tem como associados o Município do Porto, a Universidade do Porto e a Metro do Porto.