Os Estados Unidos “estão a finalizar políticas” para retirar do mercado os cigarros eletrónicos com sabores no centro de uma polémica após ter-se registado um aumento no número de fumadores entre os menores norte-americanos. O anúncio foi feito por Alex Azar, secretário de Estado da saúde e serviços humanos, no Twitter: “Acabei de anunciar com o Presidente Trump e com a FDA que estamos a finalizar políticas que retirarão do mercado os cigarros eletrónicos com sabor”.

A decisão foi tomada durante uma reunião na Sala Oval entre o secretário de Estado, o presidente norte-americano Donald Trump e o comissário da Food and Drug Administration (FDA) — a organização responsável por gerir os produtos que chegam ao mercado nos Estados Unidos —, Ned Sharpless. “Embora o plano atual não inclua a retirada de cigarros eletrónicos com sabor de tabaco, se os dados mostrarem crianças a migrar para produtos com sabor de tabaco, faremos o necessário para combater o uso contínuo destes produtos por jovens”.

Os cigarros eletrónicos também estão a ser investigados pela FDA e pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) norte-americanos após o registo de seis mortes e quase 500 casos de doenças respiratórias desenvolvidas após o consumo destes produtos. A maior parte destas vítimas dizem ter utilizado cigarros eletrónicos para o consumo de canábis ou de outros produtos com compostos da canábis. As autoridades desconfiam que o problema está nos compostos psicoativos desses produtos, como o tetrahidrocanabiol (THC) ou o canabidiol (CBD). Mas as investigações ainda estão a decorrer.

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A iniciativa tornada publica esta quarta-feira pela administração Trump surge na mesma semana em que o estado do Michigan baniu a venda de cigarros eletrónicos com sabores. O governador nova-iorquino Andrew Cuomo, assim como os estados norte-americanos de Massachusetts e Califórnia, vieram a público dizer que estão a considerar tomar a mesma medida para combater a “epidemia”, nas palavras da FDA.

Além disso, Dick Durbin, senador do Illinois, também ameaçou pedir a demissão do comissário da FDA caso a organização não retirasse os cigarros eletrónicos com sabor do mercado. Logo a seguir, Michael R. Bloomberg, ex-presidente da Câmara de Nova Iorque, anunciou um investimento de 160 milhões de dólares (o equivalente a mais de 145 milhões de euros) para banir esses dispositivos.

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