A administradora da Fertagus disse esta terça-feira que a empresa está a “renegociar” o contrato de concessão ferroviária da travessia sobre o Tejo, que termina este ano, e estuda o aumento da oferta devido ao passe Navegante.

“Neste momento estamos a renegociar ou a trabalhar no âmbito do reequilíbrio da concessão, mas ainda não temos novidades nenhumas para dar”, disse à Lusa Cristina Dourado, acrescentando que mantém a esperança de que o contrato possa ser renovado.

A responsável da Fertagus falava na estação do Pragal, em Almada, no distrito de Setúbal, onde a empresa celebrou os 20 anos, feitos em 29 de julho, anunciando uma nova campanha publicitária e um novo horário para responder à procura.

“Digamos que passados 20 anos as coisas são um bocadinho novas outra vez”, disse Cristina Dourado, referindo-se a um dos maiores desafios da empresa na atualidade, saber o que lhe reserva o futuro.

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Os novos desafios para a Fertagus são, fundamentalmente, definir o que vai ser o futuro e quanto tempo podemos ficar cá, como vai evoluir a procura e como é que a procura se irá adaptar à oferta que temos”, explicou Cristina Dourado.

A administradora não adiantou qual o ponto de situação quanto às negociações com o Governo, mas tudo indica que o caminho é positivo, até porque a empresa continua “a trabalhar no sentido de encontrar soluções que possam aumentar a capacidade dos comboios”, o que pode passar, inclusivamente, “pela introdução de mais carruagens”. “Já estamos a estudar essa matéria, estamos a estudar a aquisição de material circulante”, revelou.

A necessidade de mais oferta deve-se, sobretudo, ao novo passe Navegante, que fez com que em maio a procura tivesse crescido em “cerca de 20%”, indicou Cristina Dourado.

“Junho, julho e agosto foram meses de menor procura porque é verão, mas mesmo assim tivemos mais do que no ano passado. Agora estamos a ver como será o comportamento de setembro e outubro, por isso começámos com um novo horário para ver como as pessoas se adaptam e para irmos ajustando e vermos quais as necessidades que temos, nomeadamente de material circulante”, esclareceu.

Uma das soluções de curto prazo para dar mais capacidade à Fertagus foi a retirada de alguns bancos em carruagens, o que, segundo o presidente do grupo Barraqueiro, Humberto Pedrosa, foi uma solução “de pessoas que têm a cabeça fresca”, até porque comprar novos comboios “demora dois ou três anos”.

Esta celebração contou com o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, que esteve presente não só como membro do Governo, felicitando a empresa pela “experiência inovadora que foi e pelo sucesso que continua a ser”, mas também “do ponto de vista pessoal”.

Pedro Siza Vieira fez parte do grupo que fez a proposta para o concurso de concessão, recordando a “seriedade” com que foi tratado este projeto.

A Fertagus também apresentou esta terça-feira as novas fardas para os trabalhadores, desenvolvidas pelo estilista Nuno Gama, nascido em Azeitão, em Palmela, no distrito de Setúbal.

Segundo a empresa, que faz a ligação ferroviária entre Setúbal e Lisboa em 57 minutos, são transportados diariamente 83 mil passageiros, com um índice de pontualidade acima dos 94%. Só em 2018 foram transportados 21 milhões de utentes, acrescentou a Fertagus.