São dois dos empresários mais ricos do país: a líder do grupo Amorim, Paula Amorim, juntou-se ao fundador e presidente executivo da Farfetch, José Neves, na Platforme — uma empresa sediada em Londres dedicada à tecnologia da indústria da moda. Segundo o Expresso deste sábado, a startup fechou recentemente uma ronda de financiamento de 10,5 milhões de euros.
Paula Amorim e José Neves não estão sozinhos. Aliás, o projeto foi idealizado em 2015 pelo fundador da Farfetch, assim com pelo antigo diretor-geral da Groupon em Portugal, Gonçalo Cruz, também ele acionista. A startup, antes chamada Ripe Productions, é uma plataforma que produz uma tecnologia para grandes marcas de luxo poderem personalizar os seus produtos digitalmente. Só em 2016 é que Paula Amorim se juntou ao projeto, liderando uma ronda de investimento no valor de seis milhões de euros, através da Amorim Holding.
Recentemente, a empresa fechou uma ronda de financiamento no valor de 10,5 milhões, tendo sido avaliada em mais de 50 milhões de euros. Esta ronda é liderada pela Nordstrom, retalhista norte-americana, uma gigante da moda de luxo (cujo nome não foi revelado) e, em Portugal, foi captada pelas subsidiárias da Platforme e acompanhada pelo fundo de coinvestimento do Estado português em 200 milhões de euros, que contribuiu com 30% do capital, segundo o semanário.
Além disso, José Neves voltou a injetar dinheiro na empresa, através da Flatwoods, assim como a Amorim Holding Financeira, a TLF – The Luxury Fund, Carmen Busquets (que investiu na Farfetch) e Andre Tessabit, que detém boutiques com o mesmo nome.
A Platforme nasceu em 2015 pelas mãos de José Neves, Gonçalo Cruz e Ben Demiri. Trabalha com marcas de luxo, como a Gucci ou a Dior. É uma espécie de marca branca adquirida pelas empresas, que a introduzem nos seus sites. Por exemplo, a partir de uma mala, a equipa de 3D da Platforme faz um modelo tridimensional, reproduzindo o produto real num produto digital.
“No final temos um produto 3D que parece real, uma escultura digital. Isso dá-nos a possibilidade de simular uma customização que parece real. Podemos interagir com o produto, escolher as partes que queremos mudar, escolhendo os materiais e as cores”, explicou Gonçalo Cruz ao Observador em janeiro de 2017, depois de, em setembro do ano anterior, ter conseguido um investimento de seis milhões numa ronda de financiamento internacional — que, sabe-se agora, foi liderada pela Amorim Holding.
Ao Expresso, Paula Amorim acrescenta que “as peças, produtos e coleções criadas e apresentadas de forma digital vão reduzir a necessidade de amostras físicas e, consequentemente, evitar-se-á excesso de produção, desperdício e poluição”. A empresária já investiu três milhões de euros na empresa, tendo uma participação de 11,3%.
A Platforme teve prejuízos de 1,2 milhões de euros em 2018. Quer recrutar 15 pessoas para a equipa, com 25 elementos, no país (são 50 no total).
Platforme. Este “segredo” português de 6 milhões trata a moda de luxo por tu