Matilde está a recuperar bem da cirurgia a que foi submetida na sexta-feira. Num post publicado no Facebook, os pais revelaram que a bebé permanece nos cuidados intensivos do Hospital Santa Maria, em Lisboa, onde foi operada, mas que os exames realizados no sábado de manhã mostraram que “os ventrículos já diminuíram um bocadinho, sem sinais de infeção”. As análises “estavam boas”, adiantaram.
Esta foi a segunda operação da bebé Matilde em apenas duas semanas. A 12 de setembro, quando completou cinco meses, os pais explicaram que a bebé tinha de ser submetida a uma intervenção cirúrgica: “Os papás de vez em quando notavam alterações nos meus olhinhos, mas tem sido mais frequentes nas últimas semanas. E na minha cabecinha também. Hoje vim fazer um TAC para despistar uma possível pressão intracraniana, que confirmou isso mesmo. O líquido não está a conseguir circular bem na minha cabecinha”, escreveram no Facebook.
Segundo explicaram na altura, esta pressão intracraniana poderia estar a ser causada por um quisto congénito, isto é, por uma massa tumoral benigna que se começou a desenvolver ainda durante a gestação. Foi realizada uma primeira cirurgia para resolver o problema, mas a bebé teve de voltar ao bloco operatório na sexta-feira “para colocar uma válvula inteligente que vai drenando o líquido até ao estômago”. Os ventrículos da criança estavam “novamente aumentados”.
A bebé Matilde sofre de atrofiar muscular espinhal (AME) do tipo 1, uma doença que afeta todos os músculos do corpo e causa perda de força, atrofia muscular, paralisia progressiva e perda de capacidades motoras. O tipo 1 é mesmo a forma mais grave da doença. Para travar a evolução da atrofia, foi administrado a Matilde o Zolgensma, medicamento mais caro do mundo e que custa dois milhões de euros.
Estas operações não estão, contudo, relacionadas com a AME ou com o medicamento, como explicaram os pais da bebé.