No âmbito do caso “Jogo Duplo”, quatro dos 27 arguidos foram condenados por viciação de resultados numa sentença da secção não profissional do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol. É a primeira vez que esta prática ilícita é sancionada. A notícia é avançada pelo jornal Público, que teve acesso ao acórdão de 127 páginas.

A pena mais pesada foi dada a João Carela, ex-jogador do Estarreja, atualmente a representar o São João de Ver. O ex-jogador vai ter de cumprir três anos de suspensão da prática desportiva e terá de pagar uma multa de 1071 euros por corrupção. Foi ainda condenado a 12 jogos de suspensão por ter participado em apostas desportivas.

Hugo Filipe Santos Guedes, também ex-futebolista do Estarreja e que agora joga no Folgosa da Maia, foi sancionado com uma pena semelhante à de João Carela, exceto em relação ao número de jogos de suspensão. Neste caso, o jogador foi condenado a seis jogos de suspensão.

As sanções mais leves foram dadas a Abel Jorge Pereira da Silva, dirigente do 1º de Dezembro à data dos crimes, e a Gustavo Portela Soares Oliveira, ex-treinador da Sanjoanense. Cada um terá de cumprir quatro anos e meio de suspensão de toda e qualquer atividade relacionada com o desporto e de pagar uma multa de 1530€ por corrupção.

O caso “Jogo Duplo” prende-se com o aliciamento de jogadores de futebol em Portugal de forma a que a equipa dos mesmos fosse prejudicada para beneficiar apostas desportivas.

O julgamento teve início a 22 de fevereiro de 2018 e conta com 27 arguidos. O Ministério Público pediu a condenação de todos os arguidos, seis dos quais a penas efetivas de prisão, escreve o Público. A leitura da sentença está agendada para sexta-feira.

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